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Região tem congelamento de sêmen
Artur Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
17/03/2005 | 14:16
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A Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André, passará a oferecer a partir de segunda-feira o serviço de criopreservação de sêmen, inédito na região. O método preserva espermatozóides por meio de congelamento – à base de nitrogênio líquido – para posterior inseminação artificial. A técnica possibilita que homens com necessidade de se submeter a tratamentos que podem causar infertilidade, como a quimioterapia, não tenham que abdicar da paternidade.

Segundo o ginecologista Caio Parente Barbosa, chefe do setor de Reprodução Humana da Faculdade de Medicina do ABC, pacientes em tratamento de linfoma e leucemia têm de 20% a 30% de chance de ficarem estéreis. “O projeto foi criado justamente por causa desse alto índice de esterilidade entre pessoas em tratamento de quimioterapia e também com câncer nos testículos”, ressalta. Homens que pretendam armazenar espermatozóides antes de uma operação de vasectomia também podem fazer uso dos contêineres de nitrogênio.

Mulheres – As mulheres, também sujeitas à esterilidade quando submetidas à quimioterapia, poderão dispor da criopreservação de ovário a partir de abril. Esse é prazo para a construção de um ambulatório, necessário para a retirada de um fragmento do ovário.

O oncologista Hélio Pinczowski, da Faculdade de  Medicina do ABC, afirma que as mulheres entram em uma “espécie de menopausa”, quando expostas a quimioterapia de alta intensidade. Nos homens, a esterilidade pode ocorrer tanto pela interrupção da produção de espermatozóides quando pela má-formação das células reprodutoras.

Orientação – O chefe do setor de Reprodução Humana da faculdade, Caio Parente Barbosa, diz que muitos pacientes em processo quimioterápico sequer ouviram falar da criopreservação. “Alguns oncologistas estão tão ocupados tentando salvar a vida dessas pessoas que se esquecem de tocar no assunto”, acredita. Mas, para ele, a discussão em relação à fertilidade aumentou com a melhora no resultado dos tratamentos de câncer. “Porque boa parte das pessoas morria sem que tratamento surtisse resultados. Agora, muitas sobrevivem e querem ter filhos”, conclui.

O oncologista Hélio Pinczowski concorda quando o assunto é a responsabilidade do médico como orientador, nos casos de possível esterilidade do paciente após a quimioterapia. “Principalmente em se tratando de pessoas jovens e sem filhos, é dever do oncologista avisar sobre a possibilidade de armazenamento de sêmen ou fragmento de ovário”, afirma.

Serviço – O preço do congelamento é de R$ 250, mais uma taxa trimestral de manutenção de R$ 100. Os interessados no armazenamento de sêmen devem comparecer na Faculdade de Medicina do ABC (Avenida Príncipe de Gales, 821, Santo André) munidos de encaminhamento médico que comprove a necessidade do serviço. O atendimento é feito de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 4993-5400.



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