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Risco não é maior perto de hospitais

Infectologistas garantem que vírus não sobrevive ao ar livre; população não teme proximidade

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
12/05/2020 | 00:01
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Celso Luiz/DGABC


Conforme os casos – e mortes – decorrentes da infecção do novo coronavírus aumentam no Grande ABC, aparecem dúvidas sobre o perigo de morar e trabalhar nas proximidades de hospitais, sobretudo os de campanha. No entanto, especialistas afirmam que estar perto dos centros médicos não é sinal de risco maior.

Infectologista do grupo Lefort, Ivan Marinho explica que o vírus não se mantém por muitas horas ao ar livre. “Todos os estudos realizados até agora mostram que o novo coronavírus permanece no ar por algumas horas em ambientes fechados, assim como UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) e quartos de internação. Em locais abertos, a dispersão (do vírus) é rápida”, afirmou o médico.

Marinho reforça que a população que tem de permanecer próxima dos hospitais, seja em suas residências ou trabalho, não precisa ter mais medo do que o habitual. “Não tem de se alarmar (quem está perto de centros hospitalares), mas (as pessoas) devem continuar seguindo as recomendações dos órgãos da saúde”, afirmou, dando como exemplo medidas simples como permanecer em casa, usar máscara caso tenham de sair na rua, manter o distanciamento e higienizar as mãos.

Infectologista e professor da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Munir Akar Ayub partilha da mesma opinião. “O (novo) coronavírus é transmitido pelo ar.Teoricamente, pode existir vírus em qualquer lugar. Não é porque a pessoa está perto de um hospital que aumenta a chance de contaminação. Por isso, não vejo nenhum problema para os moradores da proximidade de hospitais. O que é importante para todos são os cuidados de higiene e de distanciamento”, pontuou.

Parte da população, por sua vez, segue o pensamento dos dois profissionais. O casal Francisco Dario, 45 anos, e Paula Aparecida, 36, mora de frente para o Hospital Anchieta, na região central de São Bernardo. Com um filho de 17 anos, e uma bebê que está a caminho – Paula está grávida de oito meses –, eles não têm receio da proximidade com o centro médico, que está servindo de hospital de campanha para tratamento da Covid-19.

Comerciante, Dario mantém um restaurante na mesma rua, “O vírus está em todo lugar. Meus cunhados foram contaminados e não moram perto de hospital. Acho que o perigo não tem distância, por isso, seguimos as recomendações de cuidados aqui em casa e em todos os locais que vamos”, afirmou.

Fernando Rodrigues, 39, tem caso semelhante ao de Dario. Proprietário de restaurante em frente ao Hospital São Caetano, no Centro, o comerciante afirma que não tem escolha. “Meu pai tem este estabelecimento há 12 anos, mas por ser caso de extremo risco (idoso e com doenças preexistentes), tenho de vir (trabalhar). Aqui ou em qualquer lugar estou sujeito a ter risco de me contaminar. O jeito é ter cuidado”. 




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