Setecidades Titulo Em Santo André
PM afasta homens que participaram
de abordagem violenta

Corporação decidiu por retirar agentes das atividades enquanto inquérito investiga ação no Sacadura Cabral

Matheus Moreira
Especial para o Diário
28/08/2021 | 00:01
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A PM (Polícia Militar) afastou, ontem, sete policiais que participaram de abordagem desastrosa na Rua Recife, no bairro Sacadura Cabral, em Santo André. A ação, registrada em vídeo filmado por vizinhos, mostra os policiais agredindo um homem e outras pessoas que se aproximaram das viaturas. 

O caso ocorreu na madrugada de ontem. As imagens registradas pelos vizinhos foram divulgadas pela própria PM (Polícia Militar).

Durante abordagem a um suspeito, policiais militares agrediram e chegaram a usar arma de choque para imobilizar o indivíduo, que supostamente resistia à prisão. A ação causou reação de familiares do homem, que também foram agredidos pelos agentes da corporação do 10º BPMM (Batalhão de Polícia Militar Metropolitano).

O caso chegou ao Plantão de Polícia Judiciária Militar e, durante o registro da ocorrência, as imagens foram apresentadas pelos familiares, o que motivou a instauração de inquérito contra a ação dos sete policiais que participaram da abordagem.

A PM, entretanto, sustenta que familiares do suspeito desacataram os agentes e, para conter o tumulto, os policiais usaram a arma de choque. No entanto, as imagens divulgadas mostram os agentes de segurança agredindo o rapaz com socos e chutes. Um dos policiais chegou a invadir a casa de um dos moradores da rua para tentar alcançar uma das mulheres que já tinham apanhado na confusão.

Todos os envolvidos foram encaminhados ao CHM (Centro Hospitalar Municipal) de Santo André e o caso seguiu para o 1º DP (Centro) da cidade. Já o comando policial decidiu pela instauração de inquérito policial-militar e os agentes foram conduzidos para a sede da corregedoria da PM. Ainda conforme a Polícia Militar, os agentes foram afastados da atividade policial até o fim das investigações. 

“A Polícia Militar possui um forte sistema de controle e fiscalização para fornecer à sociedade total transparência de seus atos e não mede esforços para investigar e, se necessário, ‘cortar na carne’, punindo culpados com o máximo rigor da lei”, declarou a PM por meio de nota enviada para a imprensa.

ABUSO

Para o advogado especialista em direitos humanos e segurança pública, presidente do Grupo Tortura Nunca Mais e integrante do Instituto Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente Ariel de Castro Alves, encaminhou o caso também à ouvidoria da PM, diretamente ao ouvidor Elizeu Lopes. “Foi aberto um procedimento de apuração. Pelas cenas, os PMs precisam ser investigados por abuso de autoridade, lesões corporais, tortura e invasão de domicílio”, afirmou o especialista. 




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