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Cai pela metade número de óbitos em rodovias da região

Melhora na sinalização e incorporação de novas tecnologias nos veículos são apontadas como as razões para o recuo

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
24/11/2021 | 00:01
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Claudinei Plaza/ DGABC


Caiu pela metade o número de mortes registradas no SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes) em 2020 na comparação com dados do início dos anos 2000. De acordo com informações da Ecovias, que administra as rodovias, no ano passado foram computados 76 óbitos, contra 128 de 2002, queda de 40,6%. Cenário bem parecido foi observado no Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas, que corta o Grande ABC. Dados da SPMar, que administra o trecho, foram seis mortes em 2020, contra 12 em 2011, primeiro ano de operação do sistema, queda de 50%.

Os dados são similares aos divulgados segunda-feira pela Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo), que gerencia todas as rodovias paulistas. Durante ação relacionada ao Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito, a agência anunciou balanço que indica redução de 50,8% no índice de mortes em acidentes nas rodovias, como resultado do PRA (Programa de Redução de Acidentes), implantado desde o início do modelo de concessão das rodovias paulistas, em 2000. A Artesp, no entanto, não informou o número absoluto de pessoas que morreram nas vias.

De acordo com especialistas, a melhoria na sinalização, a maior fiscalização e a tecnologia dos automóveis foram os fatores preponderantes para o recuo. “Acredito que as sinalizações sejam extremamentes importantes (para a redução de acidentes). Nas vias que contam com pedágio o rigor é maior e a qualidade da via também. Apesar de o valor que o usuário paga, ele encontra mais manutenção, sinalização e isso acaba ajudando muito”, comenta o especialista em engenharia com foco em mobilidade Luiz Vicente Melo Filho.

Outro fator importante indicado por Vicente é a tecnologia dos carros. Desde 2014 todos os veículos zero-quilômetros precisam sair da fábrica com freios ABS (Sistema de Frenagem Antibloqueio, em português), que evita que a roda bloqueie e entre em derrapagem, e airbag, que são as bolsas de ar que são disparadas automaticamente em caso de acidente.

Segundo o coordenador de tráfego da Ecovias, Márcio Vono, atualmente o principal motivo das mortes no SAI são os atropelamentos. “Nosso esforço contínuo tem gerado bons resultados e a redução (de acidentes) tem sido constante. Em relação aos acidentes, os mais comuns são: choques, quando o usuário perde o controle e bate contra barreira rígida ou defensa metálica, com 32% do total; seguido por colisões traseiras, que estão ligadas diretamente à atenção à rodovia, quando o usuário bate em outro veículo, com 28%; e os tombamentos, que representam 16%, incluindo caminhões e motocicletas. Quando falamos de mortes, o motivo mais comum são os atropelamentos”, comenta.

De acordo como balanço da Artesp, o índice de feridos em acidentes também caiu, 41,8%, em 20 anos. “A redução das vítimas no sistema viário tem sido um desafio, entretanto, estamos atuando em várias frentes, com adoção de tecnologias de ponta, técnicas de engenharia, fiscalização, atividades operacionais, além de campanhas educativas para reverter ainda mais esse quadro a cada dia, sempre com a intenção prioritária de que os usuários possam fazer viagens mais tranquilas e seguras”, ressalta Cibele Alves, gerente de sinalização e segurança da Artesp. 

(Colaborou Yasmin Assagra) 




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