Cultura & Lazer Titulo Música
Justa homenagem
Karine Manchini
01/10/2017 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Dos riffs das guitarras até as batidas frenéticas na bateria, o rock marcou e continua marcando gerações. Vários ícones fizeram parte dessa história em diversos lugares do mundo. Em Santo André não é diferente. Para ‘bater o martelo’ sobre o que todo mundo já sabe – que o município sempre foi celeiro de bandas – a cidade ganhará o Dia Municipal do Rock, a ser comemorado todo dia 27 de setembro. A tramitação está em andamento.

Para celebrar o feito, foi organizada série de shows que acontece hoje, das 10h às 18h, e conta com participação das bandas Torture Squad, Montanha, Toxic Novel, Atomic Dust, 3 Loucos, Trashing, Concept of Hate, Rhegency, Necromesis e Excesso Bélico. O evento acontece no Parque da Juventude (Ana Brandão) na Avenida Capitão Mario Toledo de Camargo. A entrada gratuita.

A data escolhida tem um motivo: homenagear Jean Gantinis e a famosa loja Metal Music pela atuação cultural em Santo André. Fundada 27 de setembro de 1984 por Gantinis e Carlos Szabo, o estabelecimento fez sucesso por ser um dos únicos da região a vender LPs e produtos direcionados ao público roqueiro. Após conversas e acordos entre o poder público e o Coletivo Rock ABC, criou-se o tributo.

Além de ser proprietário do espaço, Gantinis é guitarrista da banda Montanha, que também sobe ao palco hoje. A homenagem foi muito bem recebida por ele, que se diverte ao contar para o Diário sua reação ao carinho recebido. “É um pouco esquisito, porque geralmente quando vemos algo assim é para alguém que morreu. Mas é reconhecimento por estar vivo, pois foi tudo feito por amor. Todas as lojas que existiam acabaram, mas nós levantamos a bandeira do rock. Hoje meus filhos fazem parte da equipe. Somos uma grande família, nós e os clientes”, conta o músico, que acredita que a visibilidade da Prefeitura de Santo André quer dizer que a Cultura da cidade está sendo bem-vista.

Aos 57 anos, o comerciante comanda sozinho a Metal Music e relembra como tudo começou e o quanto batalhou para que as coisas dessem certo. “Resolvemos abrir loja de rock na cidade. Eu tinha alguns discos em casa e o Carlos tinha outros. Colocamos para venda cerca de 300 LPs e fomos procurar um lugar. Como o aluguel era caro, caímos na Galeria do Carmo (Centro) e fomos espalhando boca a boca. Deu tudo certo”, conta o comerciante, que batizou a loja de Metal por ser considerado som pesado na época.

A loja já recebeu diversos clientes, entre eles artistas de bandas conhecidas, como Sepultura e Kreator, e conta hoje com seu espaço na Rua Dona Elisa Flaquer, 184, com vasto acervo.

Projeto reúne coletivos regionais
Com a intenção de fortalecer laços entre poder público e a Cultura de Santo André, foi criado em agosto o Projeto Santo André de Múltiplos Tons, que tem como objetivo aumentar a atividade de diversos coletivos culturais. A programação de eventos de hoje no Parque da Juventude, por exemplo, é resultado deste laço.

O projeto vem ganhando forma e, aos poucos, vai mostrando qual é a sua cara. E quem pensa que o trabalho só trouxe novidades aos amantes de rock, está enganado. Dia 2 de novembro, o Coletivo do Reggae terá celebrações parecidas. Além disso, o novo projeto também apoia a Festa das Nações, com imigrantes, o Coletivo do Hip Hop, entre outros segmentos artísticos como circos regionais.

Em maio deste ano, o coletivo Rock ABC participou de reunião com prefeito Paulo Serra (PSDB) para conseguir que os artistas independentes do gênero pudessem contar com espaços cedidos pela Prefeitura. Assim surgiu a ideia de abraçar diversos gêneros artísticos. “A intenção é criar diálogo entre vários segmentos. A Prefeitura teve olhar aberto para demanda”, conta Kedley Correa de Moraes, assessor de gabinete da Prefeitura.

Moraes conta que a criação do Projeto Santo André de Múltiplos Tons vem sendo bem recebida pela população e pelos artistas da cidade. “Por meio dessa conversa conseguimos entender a dinâmica que cada coletivo tem, e, assim, potencializar que eles tenham mais visibilidade”, encerra.




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