Administração diz que benefício, que deveria durar até solução habitacional, termina em julho
Dez famílias que foram removidas em janeiro de 2018 do Jardim Kennedy, em Mauá, após deslizamento de terra na noite de Ano-Novo matar um menino de 10 anos soterrado, foram informadas pela Prefeitura que serão excluídas do programa de auxílio-aluguel. Segundo os munícipes, todos foram retirados da área de risco com a promessa de receber o benefício – no valor de R$ 400 – até que fossem contemplados de forma definitiva com uma unidade habitacional.
No entanto, algumas famílias já receberam ofícios da administração municipal, datados de 30 de maio, sobre o fim dos repasses. No documento, as pessoas foram informadas que o benefício só será pago até 10 de julho. Os moradores afirmaram que, em 2018, quando foram retirados de suas residências, o então prefeito Atila Jacomussi (PSB), afastado por processo de impeachment em abril deste ano, prometeu que o auxílio seria pago por tempo indeterminado.
“Foram bem claros, que o período para solução habitacional poderia levar de dois a sete anos. E como agora querem interromper?”, questionou o mecânico desempregado Remerson da Silva Tibúrcio, 33 anos. Assim como o munícipe, outras famílias também têm documentos em que está assinalado que o benefício seria pago de forma permanente.
Em outubro do ano passado os moradores também haviam sido informados sobre o fim dos pagamentos a partir de 10 de dezembro. Entretanto, após série de reuniões, foram feitos novos cadastros pela Secretaria de Habitação da cidade e o repasse do auxílio foi mantido. “A gente só quer que cumpram o que foi prometido”, afirmou o auxiliar de escritório Alex Sandro Gomes Barbosa, 30.
Tibúrcio, que ainda não recebeu a notificação, relatou ter sido infomado por Barbosa, há poucos dias, sobre o fim dos pagamentos. “Estava na Prefeitura, porque tinha ido levar o comprovante do pagamento de aluguel”, relembrou. O morador afirmou que chegou a ser recebido por uma funcionária da Secretaria de Habitação, que confirmou que a atual gestão, sob comando da prefeita Alaíde Damo (MDB), resolveu encerrar os pagamentos e que a decisão seria definitiva. “Disseram para que a gente fosse buscar nossos direitos. A gente não quer roubar ninguém, não queremos nada que não seja nosso. Mas tínhamos nossa casa, nos prometeram que ela seria, de alguma forma, devolvida, e, agora, estamos prestes a perder a ajuda”, lamentou. A família de Tibúrcio gasta R$ 500 com aluguel, portanto, precisa complementar do próprio bolso a diferença.
O núcleo habitacional Jardim Kennedy contava com 300 famílias na época do deslizamento, em 2018, sendo que 15 delas ocupavam área perigosa e precisariam ser retiradas.
>Apesar dos ofícios apresentados pelos munícipes, a Prefeitura de Mauá informou, por meio de nota, que “as famílias do Jardim Kennedy sujeitas aos benefícios emergênciais estão recebendo toda a assessoria necessária e que os auxílios financeiros em relação a esta questão estão sob estudos”.
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