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Residentes do CHM serão retirados dos plantões
Mário César de Mauro
Do Diário do Grande ABC
14/05/2003 | 21:06
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A FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) decidiu retirar os médicos residentes de Clínica Médica da sala de urgência do CHM (Centro Hospitalar Municipal) nos horários em que não houver preceptores (médicos supervisores) – plantões noturnos, feriados e fins de semana. Na emergência do hospital trabalham 26 residentes, que elaboraram uma carta denunciando problemas no centro. Ainda não há prazo, mas a medida foi tomada por determinação da Cermesp (Comissão Estadual de Residência Médica de São Paulo), que soube do caso, notificou terça-feira a Coreme (Comissão de Residência Médica) da FMABC e exigiu condições para que se possa oferecer o estágio como pós-graduação em regime de treinamento em serviço. A denúncia sobre falta de supervisão, medicamentos e materiais, feita pelos residentes, foi publicada no último sábado pelo Diário. Por meio de uma carta datada de 25 de abril passado e endereçada ao presidente do Coreme da FMABC, João Antônio Corrêa, os residentes também denunciaram a inexistência de chefia de plantão e falta de segurança no local de trabalho.

Agora, ficou definido que os residentes estarão na sala de emergência apenas nas oito horas do período diurno dos dias úteis, quando há duas médicas preceptoras. Nos outros horários, fins de semana e feriados farão o estágio em outras instituições conveniadas com a FMABC.

“A situação é considerada grave, os residentes não podem atuar sem um médico supervisor presente no local. Se não há condições para o estágio no pronto-socorro deve-se retirar os residentes. Enviamos uma carta para a comissão (de Residência Médica da FMABC) da faculdade pedindo providências. Daremos um prazo para a resolução do problema e faremos uma vistoria”, disse o médico presidente da Cermesp, Ruy Barbosa. A carta foi endereçada ao médico João Antonio Corrêa, presidente da Coreme da FMABC, mesmo destinatário da denúncia feita pelos residentes.

Por meio da assessoria de imprensa, a FMABC informou que a janela formada pela falta de preceptores é de responsabilidade da Secretaria de Saúde de Santo André, que não estaria cumprindo sua parte no convênio firmado entre as duas instituições. As únicas duas médicas preceptoras que trabalham na sala de emergência do CHM nos dias úteis são docentes da faculdade.

A Secretaria de Saúde, também por meio de assessoria de imprensa, negou qualquer responsabilidade com o problema e delegou apenas à FMABC a disponibilização de preceptores aos residentes. Segundo o médico Ruy Barbosa, um preceptor pode ser um plantonista ciente a ensinar, não necessariamente deve ser docente. A exigência é de que tenha feito residência ou um curso de especialização.

Segundo a Secretaria de Saúde, a retirada dos 26 residentes da sala de urgência do CHM nos plantões noturnos, fins de semana e feriado não afetará o atendimento aos pacientes. A Secretaria informou que há equipe médica para fazer o atendimento do público.




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