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Emprego com carteira tem melhor março desde 2010

Na região, houve a geração de 2.523 vagas, sendo 73% em serviços

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
18/04/2013 | 07:15
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O emprego no Grande ABC teve o melhor desempenho para março desde 2010, com saldo (contratações menos demissões) de 2.523 postos de trabalho, volume 5,5% maior que o do terceiro mês do ano passado. Na comparação com o mesmo período em 2011, entretanto, o montante é 11% superior. O resultado positivo, capitaneado novamente pelo setor de serviços - que respondeu por 73% das vagas (1.843) - demonstra certo otimismo por parte dos empregadores.

Considerando o primeiro trimestre, foram geradas 4.587 oportunidades, 30,7% a mais do que nos primeiros três meses de 2012. Os dados, disponibilizados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), referem-se ao emprego com registro em carteira.

"Os números apontam para confirmação das previsões de crescimento do emprego", avalia o professor de Economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) e do Instituto Mauá de Tecnologia, Francisco Funcia. "É válido ressaltar, porém, que as bases de comparação estão depreciadas, já que os dois anos anteriores foram marcados por baixo crescimento do emprego."

Serviços, que em janeiro registrou saldo negativo de 262 vagas e em fevereiro se recuperou com a abertura de 1.999 postos, repetiu a dose em março. E teve desempenho melhor do que no mesmo mês em 2012, quando alcançou 1.656 vagas. O professor de Economia da Metodista Sandro Maskio explica que pelo fato de o segmento ser bastante diversificado, o volume de oportunidades também é maior. Serviços compreendem as áreas de Saúde, Educação, logística, finanças, contabilidade, Direito, engenharia, limpeza, Segurança e telemarketing, entre outros. Além disso, muitas das funções não exigem especialização, o que, em contrapartida, pagam salários menores.

Na sequência, o ramo que mais empregou na região no mês passado foi a construção civil, com 739 postos de trabalho. Essa é uma área bastante sazonal, que varia conforme a existência de obras.

A indústria, que apresentou números tímidos em março, com apenas 59 oportunidades, ainda reflete o cenário de marcha lenta da economia e de incertezas em relação aos seus rumos. "Esse é um fator preocupante, pois se não há investimento e o consequente aumento da capacidade produtiva, dificilmente haverá o crescimento do emprego", diz Funcia. Apesar do volume pequeno, o setor vive situação melhor do que em março do ano passado, quando seu saldo estava negativo em 1.075 vagas - à época, inclusive, montadoras lançavam mão de sistemas de bancos de horas e férias coletivas. O resultado difere do apresentado pelo Ciesp, com saldo negativo de 350 postos, já que este considera pesquisa entre seus associados, o que pode incluir postos informais.

O comércio desapontou com saldo negativo de 439 vagas - há um ano, o montante alcançava 219 postos. Para Maskio, o cenário reflete o alto comprometimento da renda do consumidor e os calotes, que seguem em alta. "Dados do Banco Central mostram que, a cada quatro pessoas que usam o cartão de crédito, uma é inadimplente." Com movimento menor, as lojas sentem menor necessidade de funcionários.

 

 




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