Após enchente, comunidade de São Bernardo marca audiência com promotoria
Cerca de 300 moradores da comunidade Colinas, em São Bernardo, estão descontentes com a canalização do córrego que corta a local. A área está situada ao lado do cemitério das Colinas. Para eles, a colocação de placas de cimento nas margens não irá alterar a difícil realidade atual: a população local sofre com constantes enchentes e contaminações por esgoto.
"Já pedimos diversas vezes à Prefeitura que realize o fechamento do córrego. Permanecer a céu aberto não vai resolver o nosso problema", afirmou o metalúrgico José Salvador da Silva, 42, morador do bairro há 40 anos.
Uma audiência com a promotora do Meio Ambiente do município, Rosangela Staurenghi, está marcada para quarta-feira. "Vamos entregar a ela um abaixo-assinado com os nomes de 300 pessoas", disse o metalúrgico.
O temporal que atingiu o Grande ABC segunda-feira fez o córrego transbordar e invadir casas. Mercês Maria da Silva, 60, contou que não consegue dormir toda vez que começa a chover. "Na última vez (segunda) não deu tempo de fazer nada. Quando abri a porta para ver como estava, a água já foi entrando."
Para eles, a obra financiada pelo governo federal com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) não irá evitar enchentes.
PROJETO INICIAL
A canalização do córrego que corta o bairro Colinas foi iniciada em junho. Segundo a administração municipal, o projeto financiado pelo governo federal com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), obra avaliada em R$ 7,8 milhões, está previsto para terminar em julho de 2011.
A Prefeitura acrescentou que o projeto segue as determinações do DAE (Departamento de Água e Esgoto) e a Lei Federal do Meio Ambiente. Trecho da resposta enviada ao Diário afirma que ao término das intervenções o local "dificilmente" terá problemas quanto às enchentes.
URBANIZAÇÃO
Em relação à urbanização e regularização fundiária da comunidade, a Secretaria de Habitação da Prefeitura informou que 193 famílias serão transferidas para novas unidades habitacionais.
Cem delas permanecerão nos apartamentos que serão construídos no próprio local. Sessenta e uma famílias irão para o núcleo Silvia/ Naval e 32 permanecerão em suas residências. Atualmente, 89 famílias recebem R$ 315 do programa Renda Abrigo para pagar os aluguéis.
O valor é considerado "insuficiente" pelo aposentado Luiz de Souza, 54. "Saí de casa achando que as coisas iam melhorar. Hoje mal consigo pagar o aluguel de uma casa pior do que eu tinha e as enchentes continuam", afirma Souza.
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