Acabou o clima de paz no Corinthians. Incomodada com os seis jogos sem vitória do time no Brasileirão, a torcida decidiu protestar e compareceu ontem à tarde no CT Joaquim Grava. Autorizado pela diretoria do clube a entrar no local, o grupo formado por 70 pessoas se concentrou no portão com faixas exigindo postura diferente dos atletas na reta final do torneio.

William, Chicão, Elias e Roberto Carlos aceitaram conversar com os manifestantes. O primeiro chegou a ficar pressionado contra uma parede.

"Acabou a paciência! Tolerância zero!", dizia uma das faixas. Em outra, os torcedores apontaram o perfil de jogador que acreditam não servir para o Corinthians:"Não aceitamos jogadores inúteis, inerces (sic), sem brio, energúmenos, covardes, incapacitados, arrogantes, mentecaptos. O Corinthians não precisa de vocês".

O lateral Alessandro, o volante Moacir, o meia Danilo e o atacante Souza foram os principais alvos.

O grupo também cobrou a diretoria ao exigir que o elenco seja formado por atletas "com força de vontade, disciplina e disposição", entre outras qualidades.

Por conta da manifestação, cinco viaturas da Polícia Militar foram acionadas para conter os manifestantes.

O diretor de futebol, Mário Gobbi, acompanhou a conversa de perto. Capitão da equipe, William tomou a frente no diálogo com os torcedores.

Após a manifestação, os torcedores cantaram o hino do clube e soltaram fogos.
No sábado passado, véspera da demissão do técnico Adilson Batista, membros das organizadas também foram autorizados a entrar no CT para conversar com os atletas.

TÉCNICO
Com a negativa de Carlos Alberto Parreira, Tite passou a ser o objeto de desejo da diretoria alvinegra. Ele já treinou o Timão entre 2004 e 2005. Por enquanto, o clube e o empresário do treinador, Gilmar Veloz, evitam tocar no assunto.

Amanhã a equipe tenta encerrar o jejum de vitórias diante do Guarani, em Campinas, e deve contar com o retorno de Ronaldo.