Apesar da CEF (Caixa Econômica Federal) ter alertado, há um mês, que as casas lotéricas não têm autorização para elaborar bolões (jogos combinando vários números em diversas apostas), essa modalidade de jogo ainda está em alta com os apostadores. Eles justificam a opção pelo jogo pelo fato de ampliarem as chances gastando menos do que seria necessário se tivessem de fazer o mesmo número de jogos.

A posição da CEF foi adotada em fevereiro, depois que um grupo de apostadores de Novo Hamburgo (RS) participou de um bolão, em que ganhariam o concurso 1.155 da Mega-Sena, mas as apostas não foram registradas pelo atendente. Ontem, o dono da lotérica e a funcionária que não registrou as apostas foram indiciados pela Polícia Civil da cidade por estelionato.

Em uma lotérica de São Bernardo visitada ontem pela reportagem as atendentes anunciavam: "Vai um bolão hoje?" Segundo uma delas, dava para participar de um bolão pagando só R$ 2. Era possível apostas tanto na Mega-Sena quanto na Quina.

O aposentado Sebastião Quintella, 63 anos, conta que prefere os bolões por ser uma forma mais econômica de aposta e que aumentam as chances de ser contemplado. "Já ganhei uma vez e usei o prêmio para pagar o meu cartão de crédito", comentou.

Em nota enviada ontem ao Diário, a CEF reiterou que as lotéricas de todo o País não estão autorizadas a realizar bolões. Segundo a CEF, "o comprovante emitido pelo terminal de apostas é o único documento que habilita o recebimento de prêmios". A Mega-Sena de hoje - concurso 1.164 - está acumulado em R$12 milhões.