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Moradores de Diadema protestam após cinco dias sem água
Renato Neves
Especial para o Diário
10/02/2010 | 07:50
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Os moradores do Jardim Ruyce, em Diadema, estão sem água desde sexta-feira. O corte no abastecimento atingia quatro vias até ontem: Avenida Ferraz Alvim, Rua Barão de Taquari, Passagem do Sossego e Viela dos Imigrantes. Cansados de esperar, um grupo com cerca de 50 pessoas bloqueou a avenida para atear fogo em pneus, na manhã de ontem.

Uma equipe da Saned (Companhia de Saneamento de Diadema) vistoriou o local ontem de manhã. Segundo o diretor operacional da companhia, Celso Crespo, 50, o problema foi ocasionado por uma "pane" em uma bomba elétrica, que impediu que as casas localizadas nos pontos mais altos do bairro fossem abastecidas.

A demora no atendimento foi uma das principais críticas dos moradores. O diretor da companhia afirmou que a falha na bomba já havia sido resolvida durante a manhã e que o abastecimento no local seria restabelecido até o fim da tarde de ontem. "Á água voltou como prometido, por volta das 16h com força. Liguei para os vizinhos próximos e todos disseram que tinha voltado", disse a diarista Marinalva de Novaes, 53.

Os cinco dias sem água causaram diversos desconfortos à população do Jardim Ruyce. Tarefas diárias como cozinhar, lavar roupa, louça e tomar banho chegaram a ser consideradas atividades de luxo. A dona de casa Gileide Bezerra Rosa, 47, contou que teve dificuldades para cuidar da filha de 20 anos, portadora de paralisia cerebral. "Fui obrigada a pegar água na casa de uma amiga (que mora na rua debaixo) para poder dar banho na minha filha", desabafou Gileide.

A auxiliar de produção Paula Cibele Santos Oliveira, 27, faltou ao serviço pois não tinha uniformes limpos para trabalhar. "Paguei R$ 109 de conta de água para ficar com a torneira seca. É humilhante não ter uma roupa limpa para trabalhar", disse Paula.

Marinalva explicou que sem água não dá para fazer nada. "Sou diarista e não fui trabalhar dois dias, porque não tenho como tomar banho. O meu pai amputou o pé faz 15 dias e há quatro não entra num chuveiro. Se meu pai pegar uma bactéria, como vai ficar?", questionou.

Moradora há 27 anos na Rua Barão de Taquari, no Jardim Ruyce, a dona de casa Aurora Ribeiro Mendes, 54, contou que o bairro sofre com falta de água "há muito tempo". "Desde que me mudei para cá que existe esse problema de abastecimento. Não sei por que não resolvem", contou.        




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