Setecidades Titulo São Bernardo
Abrigos e refúgios não estão prontos
Willian Novaes
Do Diário do Grande ABC
24/01/2010 | 07:06
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A maioria dos abrigos e refúgios para os moradores das 25 áreas de risco de São Bernardo estão fechados ou sem qualquer tipo de adaptação para recebe-los, caso seja necessário.

O Diário visitou, na tarde de ontem, a metade dos endereços informados pelo prefeito Luiz Marinho (PT), na sexta-feira, e encontrou as portas fechadas com cadeados ou abertas para atividades esportivas e recreativas.

Os refúgios não terão qualquer estrutura para atendimento à população, diferentemente dos abrigos.

As pessoas poderão ir para esses locais quando se sentirem ameaçadas nas suas casas, por causa de diversas ocasiões que possam colocar suas vidas em perigo.

No pequeno anúncio de medidas da Prefeitura para detectar situações de risco, as principais dicas são: quando a estrutura do imóvel estiver abalada com trincas e rachaduras no solo; inclinação de árvores, postes, cercas ou muros e aparecimento de novas rachaduras nos pisos ou paredes, entre outras.

A Defesa Civil será a responsável pela coordenação destes locais. Os moradores precisam ir para lá e ligar para o órgão municipal (199) e avisar do ocorrido.

No Ginásio Esportivo Atílio Pessotti, no bairro Alves Dias - um dos locais escolhidos para abrigo - havia uma disputa de campeonato de futebol de salão, entre membros de igrejas evangélicas da cidade.

O organizador do evento esportivo Norberto dos Santos de Castro, 37 anos, informou que está ciente da possibilidade de utilização do local para desabrigados. "Não teremos problemas em sair. O importante é que as pessoas sejam bem atendidas", disse Castro.

Já no Ginásio Jerusalém, no bairro Jerusalém, adolescentes da vizinhança jogavam futebol na quadra. Os profissionais que prestam serviço no local, não receberam informações sobre a utilização do espaço. O Ginásio Poliesportivo José Vicente Lopes, mais conhecido como Tozinho, no Jardim do Lago, também estava vazio e sem qualquer modificação preventiva.

Os refúgios são na maioria da vezes associações de bairros. As seis que foram visitadas estavam fechadas. Não havia representantes no local. Na Associação de Moradores do Jardim Lavínia, um morador informou que esperava para ser atendido disse que o local não tinha condições de receber as pessoas do bairro. "É muito pequeno o espaço, mas vai saber o que eles vão fazer", disse.

O Núcleo dos Cafezais, que está selecionado para atender vítimas dos bairros Montanhão e e Cafezais estava fechado. O mesmo fato ocorreu na Sociedade Amigos de Bairro Jardim Silvina, que atenderá desabrigados do Jardim Silvina e Oleoduto.

Famílias aprovam ajuda da Prefeitura do município

As oito famílias que vivem desde quinta-feira no Centro Recreativo Vila São Pedro, na Vila São Pedro, estão satisfeitas com o atendimento providenciado pela Prefeitura de São Bernardo. Este é o único abrigo que está funcionando do plano divulgado pelo prefeito Luiz Marinho (PT), na sexta-feira.

Em um dos ginásios do local há cerca de 60 beliches, banheiros e uma cozinha comunitária do lado de fora. A administração municipal esperava receber até 20 famílias, o fato não ocorreu porque as pessoas decidiram ficar na casa de familiares e amigos.

"Por enquanto está tudo bem. Antes não conseguia dormir com medo de desabar tudo.Agora até dá. É só abrir a janela, por causa do calo. Mas não tem como ficar muito tempo aqui", disse o desempregado Claudinei Chagas, 32 anos. Ele está no local com a mulher e dois filhos e dois enteados.

Os desabrigados informaram que recebem café da manhã, almoço e jantar nos horários combinados.




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