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Recuperação de vicinais fica para o ano que vem
André Vieira
Do Diário do Grande ABC
06/11/2009 | 08:14
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A expectativa do governo do Estado de iniciar ainda neste ano as obras de recuperação de dez vias do Grande ABC contempladas nos programas de Pavimentação e na quarta etapa do Pró-Vicinais está descartada. O projeto foi anunciado em janeiro pelo governador José Serra (PSBD), mas ainda não sairá do papel em 2009.

Em maio, quando visitou as obras na Estrada das Sete Cruzes, em Ribeirão Pires, que foi reformada, o coordenador de vicinais da Secretaria de Transportes do Estado, Evandro Losacco, afirmou que as primeiras intervenções nas estradas da região ocorreriam entre setembro e novembro.

Contudo, segundo o DER (Departamento de Estradas de Rodagem), que não justificou os motivos do atraso, o projeto executivo ainda está em fase de elaboração e a previsão é de que os editais sejam abertos apenas no início de 2010.

Dos cerca de 30 quilômetros de vias a serem revitalizados no Grande ABC, 14,3 quilômetros são de estradas vicinais (que ligam cidades vizinhas) e 16,4 quilômetros são de corredores municipais.

Em comum, as estradas (distribuídas por quatro cidades) têm a precariedade do asfalto, nos trechos em que ainda existe pavimento, a ausência de calçadas e acostamentos, a má sinalização vertical e horizontal e problemas de iluminação.

A Estrada do Carneiro, em Mauá, que será uma das beneficiadas, surpreende o motorista logo nos primeiros metros, onde um buraco ocupa quase toda a pista, obrigando os condutores a reduzir a velocidade quase a zero para não avariar o veículo.

Além disso, segundo os moradores vizinhos, a via precisa com urgência de lombadas, pois quando o volume de trânsito diminui, muitos motoristas abusam da velocidade aumentando o risco de acidentes.

Etapa anterior recapeou 2 vias no Grande ABC

Beneficiadas pelos programas anteriores de recuperação das vicinais, outras duas vias deterioradas do Grande ABC foram recentemente recuperadas pelo governo do Estado.

Incluída na segunda etapa do programa, a Avenida Dona Benedita Franco da Veiga, em Mauá, tem 3,8 quilômetros de extensão, e foi uma das que receberam obras de melhorias no pavimento e sinalização. O projeto foi orçado em R$ 2,7 milhões.

SETE CRUZES - Responsável pela ligação de Ribeirão Pires e Suzano, a Estrada das Sete Cruzes também foi contemplada. Os trabalhos de recuperação dos 11,2 quilômetros da via, que foram entregues com atraso, custaram cerca de R$ 4 milhões.

A recuperação da estrada era uma reivindicação antiga. Nos períodos de maior precariedade, a via era conhecida pelos motoristas por ter buracos de uma ponta à outra e não oferecer o mínimo de segurança.

Além do acesso entre os municípios, a Sete Cruzes desempenha também importante papel econômico, pois corta parte do chamado Cinturão Verde, que reúne pequenos e grandes produtores que distribuem legumes e verduras para todo o Estado.

Por esse motivo, a via recebe trânsito pesado de caminhões carregados, que exigem mais do asfalto e dos serviços de manutenção.

Buraco na pista faz motorista dirigir pela calçada em Ribeirão

O estado de conservação da Rua Coronel Oliveira Lima, no Jardim Serrano, em Ribeirão Pires, é tão calamitoso que muitos motoristas preferem desrespeitar as leis de trânsito a se aventurar com o carro pelos imensos e incontáveis buracos. A controversa e perigosa manobra para fugir das crateras consiste em avançar com o carro sobre a calçada, passar atrás de um ponto de ônibus e voltar ao asfalto.

Para evitar que os condutores cortem o caminho, alguns moradores fincaram estacas e distribuíram pedaços de madeira pela calçada, o que nem sempre afasta a passagem dos mais audaciosos.

"Quando chove, toda a saliência da pista fica coberta pela água e é impossível enxergar os buracos. Os motoristas que sabem disso desviam e fazem do passeio uma rua paralela", afirmou o eletricista Claudemir Marques, 41 anos, que está no bairro há duas décadas.

Presidente da associação dos moradores, Francisco de Paula Fontes, 60, contou que a comunidade briga há cerca de dez anos com o poder público para que a Oliveira Lima, uma das ligações com Mauá, seja recuperada.

"Há alguns anos passaram um asfalto, mas não tinha qualidade nenhuma e não durou muito tempo. Agora estamos assim novamente, com essa estrada esburacada e sem sinalização", lamentou.




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