Tatuagem, quando sofisticada e radical, sempre rende imagens impactantes e opiniões controversas. Incomum é encontrar artistas desse meio tão populares quanto sua profissão. Uma dessas exceções é Katherine Von Drachenberg, mais conhecida como a extravagante Kat Von D. Sua trajetória pessoal e profissional é fonte do livro High Voltage - As Tatuagens de Kat Von D (Editora Arx, R$ 59,90, 176 páginas).
A tatuadora norte-americana de 27 anos ganhou fama em todo o mundo graças a sua participação no reality show Miami Ink. Hoje, ela comanda o L.A. Ink, que mostra a rotina do High Voltage Tattoo, seu próprio estúdio.
As páginas, com belo projeto gráfico que mistura a aparência de um antigo álbum de fotos com estilo gótico, apresentam uma mulher de personalidade magnética, fruto de interessante mistura. Sua família é originária da Argentina, o pai tem ascendência alemã, ela nasceu no México e cresceu em uma pequena cidade na Califórnia. Aos 14 anos, os hormônios iniciaram a revolução. "Tudo mudou. Naquele ano me apaixonei, descobri o som punk, fiz minha primeira tatuagem e abandonei a escola", relata.
O estilo agressivo se reflete no gosto musical da tatuadora. Na sua play list constam nomes como Black Sabbath, Slayer, Alice Cooper, Turbonegro, Children of Bodom, Judas Priest e Him. A seleção também encontra espaço para o trabalho erudito de Beethoven e Chopin, escolhas que demonstram sensibilidade acima da média - Kat é pianista erudita. A paixão pela música é representada nos cinco capítulos com nomes de discos da banda australiana AC/DC.
Além da personalidade forte e do belo trabalho como tatuadora - é especialista em fazer retratos -, Kat chama a atenção pelo corpo repleto de desenhos. As incontáveis imagens são detalhadas em Diretório de Tatuagens, espaço em que ela mostra e explica o significado de cada um dos trabalhos estampados em sua pele.
É possível descobrir que as estrelas em seu rosto são as favoritas, a palavra truth (verdade) está dentro de seu lábio para que mantenha sempre a honestidade; que adora o detalhe da gravata no retrato de seu pai e que foi necessário tomar uma garrafa de tequila para ter coragem de escrever Mi Vida Loca no alto das costas.
Outro espaço curioso é A Parafernália Necessária, dedicado a mostrar a coleção de mais de 50 máquinas de tatuar da musa. Entre os exemplares estão uma com bobinas que contêm imagens pornográficas e outra feita com um cabideiro de latão do século 19.
"Quanto mais experiente o tatuador, mais ele entenderá a riqueza de possibilidades artísticas quando se fala no uso de máquinas", explica a morena com pinta de pin-up pós-moderna.
As páginas que contam sobre a vida de Kat Von D servem também para apresentar o atual cenário profissional da tatuagem. A trajetória da garota esbarra com a dos principais nomes do ramo em todo o planeta.
Caso você ainda não conheça uma das mais populares tatuadoras do mundo, fica a apresentação feita por Nikki Six, baixista do Mötley Crüe e namorado da garota: "Ela é totalmente heavy metal, um caça B-52 lançando bombas nucleares com força total e empunhando um lança-chamas enquanto se equilibra sobre sapatos plataforma de travestis com 20 centímetros de altura - e tudo isso enquanto a maioria das pessoas ainda nem saiu da cama".
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