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Prefeituráveis derrotados já miram processo eleitoral de 2010

De olho na Assembleia ou na Câmara em Brasília, eles começam articulações e movimentações partidárias

Clébio Cavagnolle Cantares
Diário do Grande ABC
06/09/2009 | 07:08
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Passados 11 meses das eleições 2008, nas quais os eleitores escolheram seus vereadores e prefeitos no Grande ABC, a maioria dos candidatos derrotados às sete prefeituras da região concentra esforços para o processo eleitoral de 2010. De olho na Assembleia Legislativa ou na Câmara dos Deputados em Brasília, eles começam as articulações e movimentações partidárias, já que o pleito será realizado dentro de 13 meses.

Em Santo André, por exemplo, o postulante petista segundo colocado na corrida pelo Paço, Vanderlei Siraque, retomou seu mandato como deputado estadual e agora prepara sua candidatura para ocupar gabinete em Brasília. O parlamentar, que amargou derrota inesperada, já que quase venceu no primeiro turno, pretende dobrada com o ex-prefeito João Avamileno (PT), provável candidato a deputado estadual.

O tucano Orlando Morando, de São Bernardo, também prepara-se para concorrer ao terceiro mandato na Assembleia Legislativa. Morando, que chegou ao segundo turno com o atual prefeito Luiz Marinho (PT), afirmou que junto às funções de parlamentar acumula ainda a administração de seu supermercado e a vice-presidência da Associação Paulista de Supermercados.

Na mesma linha, Alex Manente, do PPS, que também concorreu à Prefeitura, prepara candidatura para a reeleição a deputado estadual.

Segundo colocado em Diadema com 35,4% dos votos, o deputado estadual José Augusto Ramos (PSDB) também articula sua campanha ao quarto mandato no Legislativo paulista. Augusto foi subprefeito da Capela do Socorro, em São Paulo, no início da gestão do então prefeito tucano José Serra (hoje governador).

O ex-socialista e agora democrata, Chiquinho do Zaíra, que levou a eleição em Mauá ao segundo turno, já manobra possível campanha para deputado federal. Ele, que obteve 93.382 votos em 2008, garante que o número o credencia a disputar a vaga em Brasília. O primeiro passo foi dado com a filiação ao partido do prefeito paulistano Gilberto Kassab (DEM).

Suporte - Alguns candidatos derrotados às prefeituras da região passaram a dedicar-se ao suporte de figuras nacionais em seus partidos. É o caso de Carlos Augusto Cezar, o Cafu (PT), que viu a reeleição de Adler Kiko Teixeira (PSDB), com 80% dos votos em Rio Grande da Serra.

O petista afirma que vem se dedicando a percorrer o Estado ao lado de Marta Suplicy (PT), candidata derrotada à Prefeitura de São Paulo. "Ela concorrerá. A que cargo, saberemos em março. Meu projeto é fazê-la vencer."

Mário Nunes (PT), pleiteante derrotado em Ribeirão Pires, também atua no suporte ao deputado Federal Vicente Paulo da Silva (PT). "Estou na coordenação do mandato dele em São Paulo", destacou.

Para Prisco e Brandão, política é segundo plano

Eles são de outra época política. Têm histórias parecidas e atualmente se dedicam mais à família e amigos do que à política. Os tucanos Valdírio Prisco e Newton Brandão foram prefeitos três vezes em Ribeirão Pires e Santo André, respectivamente. Com as mudanças nas leis eleitorais e o comportamento do eleitorado, eles dizem que não devem mais passar pelo teste das urnas, embora não se julguem "aposentados".

Prisco, aos 75 anos, afirma que já não queria concorrer em 2008. "Fiquei bastante abalado após perder a campanha de 2004 (para Clóvis Volpi-PV). Era uma eleição praticamente ganha, mas veio um tornado de dinheiro sobre a cidade para eleger outro candidato na última hora. Passei a não acreditar mais na Justiça", desabafa.

O tucano, conhecido por ter criado boa parte da estrutura básica da cidade, como redes de água, esgoto e pavimentação, hoje cuida de seus imóveis, se dedica aos netos e especialmente ao time. Corintiano de carteirinha, o ex-prefeito gosta de acompanhar os jogos junto da família. "Também gosto de caminhar pela cidade e cumprimentar os amigos. Falar com eles do meu time. Para me candidatar de novo, teriam que moralizar a política e a Justiça. Eleição? Campanha? Só se cair no meu colo", enfatiza.

Já o andreense Brandão afirma que o futuro está nas mãos do partido. "Recebi convite do PSDC, fiquei muito feliz, mas dificilmente vou deixar o PSDB. Estou bem no partido e tenho muitos amigos", frisa. O médico e ex-prefeito vem se dedicando à família e a encontros constantes com os amigos. "Gosto de bater papo com eles, de enumerar minhas obras nesta cidade. Fiz muita coisa e tenho muito do que me orgulhar."

Adversários deixam oposição para ser governo

Alguns concorrentes do ano passado não pensam em nova candidatura no momento, mas não conseguem ficar longe da política. Eles chegaram até a trocar a postura de críticas aos adversários e somaram forças, alegando a mudança de discurso como foco no melhor para a cidade.

É o caso do ex-prefeiturável Evandro de Lima (PTdoB), que aceitou convite do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), e hoje atua como secretário de Relações Internacionais. "Aceitei o convite por entender que seria importante para a cidade", explica Evandro.

Em Mauá, Diniz Lopes (ex-PSDB e atualmente sem partido), ex-vereador e prefeito interino entre 2005 e 2006, perdeu a chance de ir para o segundo turno por apenas 5% dos votos (teve 22,08% contra 27,20% de Chiquinho do Zaíra-PSB, segundo colocado).

Em troca do apoio ao petista Oswaldo Dias, hoje, Diniz ocupa a superintendência do Sama (Saneamento Básico de Mauá).

Profissão - Outros candidatos voltaram a dedicar-se às suas profissões. Horácio Neto (Psol) e Jayme Tortorello (PT), ambos advogados, disputaram a Prefeitura de São Caetano. Após a derrota, retomaram os trabalhos em seus escritórios.

O democrata Raimundo Salles, que concorreu ao Paço andreense, também retomou suas atividades como advogado.

Os ex-vereadores Ricardo Yoshio (PMN) e Vladimir Trombini Campos, o Vladão (PCB), que disputaram a Prefeitura de Diadema, são professores e retornaram às salas de aula, assim como Aldo Santos, de São Bernardo, e Ricardo Alvarez, de Santo André, todos do Psol, e Mateus Prado (PT), de Mauá.




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