Setecidades Titulo Barril de pólvora
Di-All estocava 12 vezes mais produtos do que o permitido

O limite era de 20 mil litros, mas até ontem já haviam sido recolhidos do galpão incendiado cerca de 240 mil

Deh Oliveira
Do Diário do Grande ABC
03/04/2009 | 07:31
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A empresa onde teve início o incêndio no Jardim Ruyce, em Diadema, tinha pelo menos 12 vezes mais produtos químicos armazenados em seu galpão do que o permitido. O limite era de 20 mil litros, mas até ontem já haviam sido recolhidos do galpão onde a Di-All Química funcionava cerca de 1.200 barris de 200 litros, o que equivaleria a 240 mil litros.

A empresa não tinha licença para trabalhar com produtos químicos, segundo o Corpo de Bombeiros. Além disso, deveria restringir a capacidade a 20 mil litros, em virtude do espaço do galpão. Para funcionar, a empresa solicitou aos órgãos responsáveis pela fiscalização, licenças que não correspondiam aos produtos estocados no local.

Inicialmente, a Di-All solicitou licença para operar com cilindros de GNV (Gás Natural Veicular). Depois, para manipular produtos de limpeza. Análise de resíduos encontrados no local do acidente apontam para substâncias não relacionadas a essa atividade e altamente inflamáveis.

O trabalho de remoção dos recipientes e de limpeza da área começou no domingo e deve ser finalizado até amanhã. O serviço está sendo executado pela Estre, empresa contratada pela Prefeitura de Diadema especializada em remoção e tratamento de resíduos químicos.

O material recolhido é levado para Americana, no Interior. Na cidade, a empresa possui um terreno autorizado pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) para armazenar, examinar a composição das substâncias e definir sua destinação.

Os donos da Di-All e o proprietário do galpão onde a empresa funcionava foram convocados pela administração municipal a participar hoje de uma reunião para tentar um acordo extrajudicial para indenizar as famílias que tiveram suas casas atingidas pelo fogo. O resultado do encontro deve ser repassado aos prejudicados pelo incêndio na segunda-feira.

Além de 20 residências, o rastro do fogo se espalhou por uma caldeiraria vizinha à Di-All. Segundo o dono, Ivo Machado, sua empresa está trabalhando de forma precária e ainda não foi possível calcular o prejuízo. "Queimou metade do prédio, parte elétrica, instalação hidráulica e comprometeu a estrutura. Cada hora aparece uma coisa", lamentou.     




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