Ron Howard é diretor de belos filmes como "Uma Mente Brilhante", mas também de bombas como "O Código da Vinci". Em "Frost/Nixon", que estreia nesta sexta-feira nos cinemas, ele atinge um meio-termo ao narrar a trajetória de uma entrevista feita com o polêmico ex-presidente norte-americano Richard Nixon (1913-1994).

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O longa é baseado na peça homônima de Peter Morgan, que estreou em 2006 nos palcos londrinos. Protagonistas do espetáculo, os atores Frank Langella e Michael Sheen foram mantidos como Nixon e David Frost, respectivamente, na adaptação para a telona.

A trama gira em torno de um capítulo importante da democracia norte-americana. Em 1977, três anos após deixar a Casa Branca por causa do escândalo Watergate, Nixon aceitou dar uma série de entrevistas para o apresentador britânico David Frost. Pouco conhecido nos Estados Unidos, ele esperava ganhar notoriedade no país com o trabalho.

Já Nixon queria contrário. Diante do pouco prestígio de Frost para uma entrevista de tamanha importância, ele acreditava que iria se sair tão bem na TV que poderia retomar a carreira e deixar o ostracismo político. Só que o resultado, como a história mostra, não foi bem esse.

O filme recria todo o processo até a realização das entrevistas e o evento em si. Para dar um toque de documentário ao filme, Howard faz com que os outros personagens relatem para a câmera, como se estivessem nos dias de hoje, sobre o encontro entre Nixon e Frost.

Apesar de ser um pouco cansativo em alguns momentos, o longa vale principalmente pela importância do registro histórico que faz. Tanto que teve cinco indicações ao Oscar 2009, incluindo melhor filme, diretor e ator, para Frank Langella.