Quinze dias depois de a Justiça autorizar a reintegração de posse de um terreno público invadido por integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), no Jardim Paranavaí, em Mauá, os ocupantes se mantêm na área sem planos de mudança.

Apesar de terem conhecimento da decisão da Justiça e a possibilidade de ter de deixar o terreno a qualquer momento, nenhum morador abandonou o acampamento.

A liderança do movimento ainda não definiu se resistirá à saída. "Queremos negociar, somos favoráveis ao diálogo, mas Prefeitura está irredutível", diz Maria das Dores, 38 anos, que atua na organização do movimento.

A invasão do Jardim Paranavaí começou no dia 7 de novembro quando as primeiros pessoas se instalaram em barracos revestidos por sacos plásticos. Com a falta de ações da Prefeitura, o acampamento, aos poucos, foi consolidado. Hoje abriga mais de 250 famílias que têm barracos de madeira beneficiados por rede irregular de energia elétrica.

"Não tenho para onde ir. Estou desempregada, o que meu marido ganha vendendo ferro-velho não dá para pagar aluguel", conta Fabiana Camila de Oliveira, 25, que está no terreno com dois filhos.

A Prefeitura de Mauá e a Polícia Militar não informaram a situação do processo de reintegração.