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Prefeitura atrasa auxílio a criança com paralisia
André Vieira
Do Diário do Grande ABC
17/02/2009 | 07:00
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Maria Christilaine Santos Moura tem apenas 7 anos e sofre de paralisia cerebral. Submetida a uma dieta controlada, a menina está sem alimentação correta desde a última quinta-feira por conta de um atraso na entrega dos seus suplementos vitamínicos de uso contínuo pela Prefeitura de Mauá.

Sem condições financeiras de custear a alimentação específica à filha, a dona de casa Damiana Maria dos Santos Moura, 35, obteve na Justiça o direto de receber, mensalmente, 150 unidades do suplemento, com 200 mililitros cada, mais os frascos e materiais que servem para administrar o alimento, ingerido pela criança por sonda. "Os problemas começaram no final do ano passado. Recebi a última remessa completa em 25 de outubro de 2008, e, desde então, não recebi mais nada de forma correta", disse Damiana.

O mais recente lote oferecido pela Prefeitura à família, no dia 2 de fevereiro, foi suficiente para nutrir a criança apenas pelos dez dias subsequentes. Apesar do curto período sem o suplemento, a mãe percebeu mudanças na filha, que tem menos de um metro de altura e pesa apenas 12 quilos. "Ela sofre de desnutrição e agora está emagrecendo e sem ânimo. Como também tem bronquite asmática, acaba se cansando mais. Essa é única dieta a que ela pode ser submetida."

Em substituição ao produto, que deveria ser consumido pela criança cinco vezes ao dia, a mãe está inserindo na sonda uma alimentação caseira elaborada a partir da trituração de batata, arroz, macarrão, carne assada e mandioca.

Damiana mora no Jardim Zaíra com o marido, a filha Maria e outro filho de nove anos. Pelos cálculos da família, se tivessem de pagar pelos suplementos, gastariam cerca de R$ 2.000 por mês. "Em dezembro, a Secretaria de Saúde alegou que não estava encontrando o produto e, para comprovar que estava disponível, fiz um orçamento na Capital."

Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Mauá não deu retorno sobre a situação.

SÃO BERNARDO - Em janeiro, o Diário contou o drama de João Paulo Moreira da Silva, 30 anos, e Cristiane Simões, 40, pais da menina Fernanda, 7, vítima de paralisia cerebral. O casal, que conseguiu o direito de receber os 12 medicamentos de que necessita a criança, teve o tratamento da filha interrompido devido a um atraso na entrega pela Prefeitura. Este mês, o fornecimento foi normalizado.




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