Economia Titulo FGTS
Empresariado regional analisa propostas
Michele Loureiro
Tauana Marin
12/02/2009 | 07:00
Compartilhar notícia


Representantes do empresariado da região defendem a redução de encargos trabalhistas como forma de combate à crise financeira, porém, quanto a possibilidade de liberação de parte do fundo de garantia - como forma de complementar ganhos no caso de redução de salário -, o discurso de desaprovação é comum.

"Se isso for mesmo real, será uma medida paliativa de auxiliar o trabalhador. O FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) não pode ser usada de forma emergencial. Isso só adiaria o problema", enfatizou o presidente da Ace (Associação Comercial e Empresarial) Diadema, Antônio Celso Ruiz. Quanto a redução dos encargos trabalhistas, o empresário é taxativo. "É mais do que necessário que haja redução, ou até mesmo isenção, afinal o trabalhador não pode arcar com todo prejuízo da crise. Além disso, o governo deveria estudar redução de impostos, como ISS (Imposto sobre Serviço) e ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços), para incentivar o consumo e gerar rotatividade na economia", sugeriu.

Para o diretor titular do Ciesp de Santo André (que também representa Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), Shotoku Yamamoto, a iniciativa do governo de reduzir tributos é positiva. "Deste modo, há como frear um pouco as demissões e o resultado será bom para empregadores e trabalhadores, afinal, demitir custa caro para as empresas", comentou.

O diretor explica que o encargo social pago atualmente para manter um trabalhador, pelas empresas que não declaram no regime simplificado de tributação é de aproximadamente 28,8% da folha de pagamento - entre FGTS, INSS e outros. "Porém, não basta reduzir esses tributos em 10% ou 15%. O ideal seria avaliar os cofres públicos e estudar a possibilidade de praticamente anular essa taxa, pelo menos por um período determinado", sugeriu Yamamoto.

Segundo o diretor do Ciesp de São Bernardo, Mauro Miaguti, um trabalhador que recebe R$ 1.000 por mês, representa na prática para o empregador quase R$ 2.000. "O governo recolhe impostos e reverte esses recursos em empréstimos. É preciso anular isso e deixar que o funcionário já tenha um salário de acordo com suas necessidades", afirmou.

O diretor da regional do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), Paulo Piagentini, compartilha da opinião e completa. "A proposta de reduzir tributos precisa ser algo em comum acordo com os sindicatos patronais e dos trabalhadores. Ambas as partes precisam estar satisfeitas com a decisão."




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;