Em janeiro, o número de veículos leves e pesados que passaram por algum pedágio rodoviário no País diminuiu em 2,4%, se comparado a dezembro - e sem considerar dados sazonalizados, como Natal e Ano Novo. No Estado de São Paulo, a queda foi equiparada, de 2,3% . Isso é o que aponta o índice ABCR (produzido pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias em conjunto com a Tendências Consultoria Integrada).

O movimento de veículos leves nas estradas é interpretado pelo indicador como reflexo das questões de renda e emprego. Já o dos automotores pesados, como espelho da produção industrial.

Em todo o território nacional, 1,5% a menos de veículos de passeio pagaram pedágio em relação a dezembro. Em São Paulo, por onde a Ecovias explora o pedágio da Rodovia dos Imigrantes, por exemplo, - via de acesso ao litoral que passa pelo Grande ABC -, a redução foi de 1,6%.

Para Cláudia Oshiro, economista da Tendências, isso pode sinalizar, pela primeira vez desde o início da crise financeira internacional, a desaceleração do mercado de trabalho . "Demitir custa caro, portanto a reação do empregador é mais lenta, ele precisa de tempo para tomar essa decisão". Quanto ao consumidor, mais cauteloso por receio de perder seu emprego, diminui o consumo, "o que pode levar a um número menor de viagens", defende Cláudia.

Já a circulação de automotivos pesados foi reduzida em 2,9% no Brasil, e em 2,1% no Estado. "O fluxo desses veículos não reage. Desde outubro está em queda. Porém, espera-se uma retomada para os próximos meses, dada a sinalização da indústria automotiva, que mostrou certa recuperação em janeiro e isso é bom, pois eleva a atividade em setores relacionados", diz Cláudia, referindo-se ao resultado apresentado pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) em janeiro, que apontou retomada na produção, com alta de 92,7% ante dezembro, quando foram fabricadas 96,6 mil unidades.