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Obra pública derruba 118 árvores
Bruno Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
23/04/2008 | 07:09
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A duplicação da Avenida Pery Ronchetti, em São Bernardo, tem causado polêmica para os moradores da região. Não pela obra, mas pela execução do serviço. A duplicação exige a derrubada de 190 árvores, que ficavam às margens da avenida.

O número exato de árvores não é consenso. Seriam 190 segundo os moradores, que perguntaram sobre o serviço aos funcionários da obra. Oficialmente, para a Prefeitura, seriam 118.

Como algumas plantas já foram cortadas – o serviço começou no sábado –, não dá para saber quem tem razão.

As árvores formavam um corredor de pouco menos de um quilômetro na lateral da avenida. Estavam plantadas nas margens do córrego que corre em paralelo à avenida. O córrego terá um trecho canalizado para abrigar a pista duplicada.

Não seria possível canalizar tal córrego sem a derrubada das árvores. Os moradores da região sabem disso, mas lamentam mesmo assim. “Causa um descontentamento em todo mundo. As árvores estão aqui desde que nasci, antes mesmo de ter asfalto na avenida. Agora, dão lugar a uma pista com carros. É o ‘progresso’ chegando”, ironiza o administrador de empresas Jaime Oliveira, 38 anos, morador da região.

As árvores que já foram cortadas ainda estão na avenida. Até ontem, os troncos aguardavam a retirada pela empresa contratada pela Prefeitura para a execução da intervenção.

A Prefeitura de São Bernardo informou, por nota, que o desmatamento ocorre com autorização de todos os órgãos ambientais necessários tanto para o corte das árvores quanto para a canalização do córrego. Teria licenças ambientais concedidas pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente, pelo Departamento Estadual de Proteção aos Recursos Mineirais e o Departamento de Águas e Energia Elétrica.

CONTRAPARTIDA

Como medida de compensação ambiental para o corte das 118 árvores, a Prefeitura informou que plantará 277 mudas de espécies da mata atlântica no entorno da obra. Outras 5.554 mudas iriam para o entorno da Represa Billings, o que equivaleria a recuperar uma área de 3,33 hectares de área de manancial.



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