Representantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) que invadiram e estão acampados em terreno particular no Jardim Olinda, em Mauá irão se reunir hoje pela manhã na Prefeitura com o Secretário da Habitação, José Roberto Correa, e representantes da Caixa Econômica Federal e do CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) para negociar a possibilidade de o movimento construir unidades habitacionais no local.

 A ocupação do MTST em Mauá é a maior do Estado em comparação com as invasões de Embu e Campinas, que começaram simultaneamente no dia 28 de março. As cerca de 800 famílias acompadas no terreno invadido estão esperançosas com a possibilidade de permanecer no local. “As nossas chances dependem muito do nosso trabalho e estamos dispostos a ficar”, disse Helena Silvestre, uma das coordenadores do movimento.

 No dia 4 abril, na primeira negociação com o proprietário do terreno Geraldo Joaquim, o grupo ganhou o direito de permanecer no local por 30 dias, desde que não aceitasse mais famílias no local.

 “Nessa reunião vamos retomar as negociações que têm como objetivo a desapropriação do terreno e definir as condições para a construção das moradias, além de saber se a Prefeitura vai atender a solicitação que enviamos essa semana pedindo água”, afirma Helena.

 Segundo a coordenadora a única coisa que falta na ocupação é água. “Temos alimentos, colchões e cobertores, pois recebemos muitas doações.”

 Ontem os ocupantes do terreno fizeram um mutirão para a construção de um barracão para as crianças. “Temos mais de 500 crianças. Nesse espaço elas farão atividades recreativas e de apoio escolar.”