Conhecido em promover revelações no handebol feminino paulista há mais de uma década, o Mesc/Fiat/São Bernardo já conta há alguns anos com um programa especial que possibilita a transferência e estadia de jogadoras de outros estados brasileiros, como Goiás e Paraná, seu elenco

Neste ano, porém, o clube do Grande ABC decidiu expandir seus horizontes e importou as gêmeas paraguaias Ana Beatriz e Ana Giuliana Cristaldo Vera, de 18 anos, para a categoria juvenil, em um intercâmbio até então inédito para as categorias de base da modalidade no Brasil.

“A parceria foi feita após um período de observações e acordos, claro que sempre pensando no bem-estar das atletas. Temos uma estrutura muito boa no clube. Isso facilita para que situações como esta sejam firmadas. Ainda estamos em um caráter experimental, porque nunca houve esse tipo de intercâmbio nas categorias de base do handebol em nosso País. Mas a tendência é muito boa e certamente vai dar mais frutos”, afirmou Rogério de Lima Carreon, treinador e coordenador de handebol do Mesc.

Há cerca de dois meses no Brasil e com o respaldo de já terem defendido as cores de seu País no mundial adulto da França em 2007, a dupla de armadoras já faz um comparativo entre o estilo de jogo dos dois países.

“No Paraguai, a técnica é mais valorizada. Por aqui, vemos que é mais força mesmo. Mas gostamos deste estilo de jogo intenso do Brasil. Tem de treinar muito para raciocinar rápido. Estamos cada vez mais enturmadas, em todos os sentidos”, disse Ana Beatriz.

A técnica da equipe juvenil do Mesc, Jaqueline Silva, analisa as novas atletas. “São muito talentosas, goleadoras e que se adaptaram rapidamente. Por aqui, elas podem ter uma projeção de carreira bem mais concreta do que no Paraguai”, afirmou. “Além disso, é muito interessante termos esta oportunidade de lidar com atletas estrangeiras em categorias de base. Percebemos claramente uma diferença de estilos e cultura. Mas é uma troca muito valiosa e que deve ser sempre ressaltada”, completou.