O crescente aumento de vendas nos países da América do Sul, em especial no Brasil, está levando as montadoras a transferirem para a região centros de criação e design de automóveis, atividade antes restrita às matrizes. A Renault do Brasil inaugurou nesta quarta-feira, na cidade de São Paulo, o RDAL (Renault Design América Latina), o primeiro estúdio da marca francesa nas Américas.

 O centro começou a funcionar com cinco projetos. Dois deles são de carros para o mercado local (sem data de lançamento), outro é um veículo conceito que será exposto no Salão do Automóvel em outubro e duas prováveis adaptações de carros criados pela matriz, derivados do Logan. Com o RDAL, a Renault, que hoje detém 4% das vendas de veículos no Brasil, segue os passos da Fiat, Volkswagen, GM e Ford, que já dispõem de centros de desenvolvimento.

 “Temos muitas ambições para o desenvolvimento de produtos no Brasil”, diz o vice-presidente de design da Renault na França, Thierry Metroz. “Estamos no País há vários anos, mas nunca tínhamos desenvolvido produto específico para esse mercado”, diz.

 O presidente da Renault do Brasil, Jérome Stoll, lembra que as vendas totais na América do Sul cresceram 18% no ano passado. A Renault cresceu 33%. No Brasil, as vendas subiram 28%, enquanto a marca cresceu 43%. Já no primeiro trimestre, a vendas da marca aumentaram 72%, ante alta de 31% do mercado nacional.

 A Renault passa a ter seis estúdios de design na França, Espanha, Coréia, Índia, Romênia e Brasil. Todos têm capacidade para criar projetos, mas a decisão de produzir e mesmo o desenvolvimento da engenharia continua da matriz, que concentra um centro com 12 mil funcionários. O estúdio brasileiro tem dez profissionais.