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B-52’s volta irresistível com CD ‘Funplex’
02/04/2008 | 07:08
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Acordar com um telefonema de Kate Pierson, do grupo americano B-52s, só pode significar uma coisa: que você andou sonhando de novo com os anos 1980, e é melhor conferir para ver se aqueles terríveis mullets não voltaram a enfeitar seus cabelos. Não. Então é mesmo Kate Pierson. Os mullets não retornaram, mas perucões, o laquê, as dancinhas: está tudo de volta.

 O B-52s está lançando um álbum novíssimo, Funplex, exatamente 30 anos após terem começado a carreira. E o que é mais louco: seu som excêntrico continua bom para chacoalhar o esqueleto. “Quando começamos, nos chamavam de kitsch, de camp. Há 31 anos, isso fazia sentido. Mas o importante para a gente é que as pessoas se divertiam. Era um som único. Sim, era kitsch, porque nós celebrávamos os excessos da América, que é kitsch.”

 “Nós somos uma banda de festa, é nossa vocação. Queremos fazer as pessoas felizes. Por outro lado, não ficamos indiferentes àquilo que acontece em Washington, nem somos indiferentes ao que acontece no meio ambiente. É por isso que nós apoiamos a Peta (People for Ethical Treatment of Animals, instituição que luta pelos direitos dos animais), é por isso que fazemos um monte de coisas beneficentes”, diz a cantora.

 “Estou também do lado de Obama. Não nego que ficarei feliz se ele for o candidato democrata ao governo americano, trabalho por isso. Mas também estarei com Hillary se ela for a escolhida.”

 Funplex, o complexo de diversão musicais do B-52s, chega ao mercado já com alguns bons números: foram vendidos 2,8 mil discos apenas no primeiro dia por meio do iTunes nos Estados Unidos, o que colocou o álbum em 10º lugar na parada americana. A revista Spin deu três estrelas e meia na sua resenha.

 

FESTA

 O som é ingênuo, mas ainda esquenta uma pista cheia de talco. O B-52s é um sobrevivente. Atravessou os encantos e os desencantos de duas gerações. Em 1985, perdeu um dos seus integrantes, Ricky Wilson, por complicações de saúde decorrentes da aids. E, apesar de ter-se mantido ativo, não foi assim tão ativo, tanto que já passaram 16 anos desde o disco de inéditas Good Stuff, e dez anos desde que lançou um par de canções originais (na compilação Time Capsule, de 1998, havia duas inéditas, Debbie e Hallucinating Pluto).

 Agora, Kate Pierson, Fred Schneider e sua voz metálica, Cindy Wilson e Keith Strickland resolveram mostrar que podem fazer coisas tão boas quanto as fantásticas Rock Lobster e Give me Back My Man. Essas novas faixas atendem pelo nome de Ultraviolet e Funplex. Deliciosamente camp, têm um cheiro de túnel do tempo, mas não de naftalina. É ultradançante, com um quê de brechó chique, como na canção Eyes Wide Open.Às vezes eles são meio Abba, às vezes nos lembram Buggles e a inigualável Video Killed the Radio Star (é o caso de Love in the Year 3000). A batidinha do eletropop mais descarado, turbinada pela guitarrinha, aparece em Keep This Party Going. Se você for fazer a sua festa nos próximos dias, pode deixar rolar o disco todo. Vai ser carregado nos ombros.



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