A partir de amanhã, começa a valer a cobertura de cerca de 100 novos procedimentos aos beneficiários de planos de saúde contratados a partir de 1999. A ampliação da cobertura é uma resolução da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e envolve procedimentos contraceptivos e de prevenção de riscos e doenças.

 A atualização dos procedimentos tem o objetivo de acompanhar os avanços científicos, segundo a ANS. Serão incluídos os serviços contraceptivos de laqueadura, inserção de DIU (Dispositivo Intra-uterino) e vasectomia. Também serão incluídos procedimentos cirúrgicos e exames laboratoriais, além de atendimentos de fonoaudiologia, nutrição, psicoterapia e terapia ocupacional. Ao todo, serão 2.973 itens de cobertura mínima obrigatória.  A Abrange (Associação Brasileira de Medicina de Grupo) entrou na Justiça no último dia 24 contra a implantação do novo rol de procedimentos e diz que não comentará o assunto até receber a manifestação judicial. A alegação é que a mudança encareceria em cerca de 10% a mensalidade.

 A ANS informa que não foi notificada pela Justiça. E que não permitirá reajuste nas mensalidades ou cobrança de taxas devido a ampliação da cobertura neste ano. Segundo a ANS, serão beneficiados cerca de R$ 26 milhões de brasileiros que têm planos de saúde. 

 A Pro Teste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) defende que a ampliação é um dever dos planos de saúde. “Entendemos que não há necessidade de aumento de preço. A reação das empresas é desmedida porque muitos dos procedimentos já são largamente utilizados e oferecidos pelas empresas”, afirma a coordenadora institucional, Maria Inês Dolci.

 O Procon-SP acredita que os novos procedimentos podem minimizar os custos dos planos de saúde. “A mudança permitirá um atendimento mais amplo aos consumidores, de prevenção de doenças. Não dá para pensar em oferta de planos em que os procedimentos fiquem estagnados”, diz a técnica de defesa do consumidor do Procon Renata Molina.