Economia Titulo Deflação
Cesta básica tem reajuste menor para baixa renda
Vivian Costa
Do Diário do Grande ABC
05/09/2008 | 07:45
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Graças aos preços mais baratos dos alimentos, a deflação chegou às famílias de baixa renda. É o que mostra o IPC-C1 (dice de Preços ao Consumidor - Classe 1), calculado com base nas despesas de consumo das famílias com renda de um a 2,5 salários mínimos mensais (de R$ 415 a R$ 1.037,50), e que caiu 0,32% em agosto, ante taxa de 0,61% em julho, segundo dados anunciados pela (FGV) Fundação Getúlio Vargas. Essa foi a menor taxa desde junho de 2006, quando o indicador teve queda de 0,57%.

Esse resultado ajudou a diminuir os desempenhos acumulados do índice. Até agosto, o IPC-C1 acumula taxa de 6,27% no ano, abaixo da taxa apurada até julho (6,62%), e nos últimos 12 meses, a variação atinge 8,45% - inferior à taxa apurada no mesmo período até julho deste ano, quando subiu 9,46% e atingiu a maior taxa acumulada da série histórica do índice, iniciada em janeiro de 2004.

Ainda segundo a FGV, a inflação entre os mais pobres se manteve abaixo da média das famílias com renda maior. O IPC-BR (Índice de Preços ao Consumidor - Brasil), que mede a inflação entre as famílias com renda entre um e 33 salários mínimos (de R$ 415 a R$ 13.695) subiu 0,14% no mês passado. Entretanto, os resultados acumulados do IPC-C1 ainda são maiores do que as taxas acumuladas do IPC-BR, que teve altas, até agosto, de 4,54% no ano e 5,93% nos 12 últimos meses.

O peso do grupo alimentação é o que apresenta o maior aumento de ponderação, quando se restringe a faixa de renda. Enquanto para a população objetivo do IPC-BR o peso do gasto com alimentação é de 27,49%, na faixa de 1 a 2,5 salários-mínimos a proporção sobe a 39,62%.

Segundo Eduardo Becker, professor de economia da Esags (Escola Superior de Administração e Gestão), essa queda nos preços dos alimentos se dá por causa da oferta e demanda. Cada família tem seu próprio perfil de consumo. As famílias de baixa renda gastam mais com alimentos, enquanto que as de renda mais elevadas tem gastos com educação, saúde, lazer, entre outras coisas, afirma.




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