Um seleto time de diretores autorais está no ciclo de cinema Luz, Câmera, Música!: Cineastas Compositores, em cartaz desta quarta-feira ao dia 31, no Centro Cultural Banco do Brasil (tel.: 3113-3651), em São Paulo. O ingresso custa R$ 4 (R$ 2 meia-entrada).

O curador da mostra Fábio Yamaji destaca que é uma chance rara de ver filmes que agradaram em festivais, mas não chegaram ao circuito, como Timecode, do norte-americano Mike Figgis.

Para chegar aos 14 filmes de sete cineastas que fazem questão de assinar a música de suas produções, o cinéfilo Yamaji pesquisou em sua coleção de 900 CDs do gênero. "Nem a mídia especializada dá destaque para trilhas sonoras instrumentais. Cada vez é mais difícil encontra-las", preocupa-se.

Após uma olhada na seleção de Yamaji, percebe-se que há o que se ver ou rever com ouvidos atentos. São eles: Mar Adentro e Morte Ao Vivo, de Alejandro Amenábar; Extremos do Prazer e Alma Corsária, de Carlos Reichenbach; A Vida é um Milagre e Memórias em Super-8, de Emir Kusturica; Simples Desejo e Flerte, de Hal Hartley; Justiça Cega e Timecode, de Mike Figgis; Inverno Quente e Perfume, de Tom Tykwer; e O Estrangeiro Louco e Vengo, de Tony Gatlif.

Além da nacionalidades, esses diretores possuem motivos diferentes para assumir a trilha. Em comum, a necessidade de controle total da obra. Reichenbach, o único brasileiro da seleção, é ótimo exemplo. "Ele é dono de uma obra pessoal, não segue tendências para chamar atenção", comenta o curador, que em seu iPod costuma ouvir o som de Hal Hartley, um dos que funciona dissociado de seus filmes.

Voltando a Reichenbach, ele participa de palestra com entrada franca na próxima sexta sobre o tema música e cinema, ao lado do jornalista Christian Petermann. Sempre com três exibições diárias, a mostra segue para Brasília.