O furto de vasos, grades, placas e cruzes em cemitérios municipais do Grande ABC tem preocupado familiares. O baixo número de boletins de ocorrência sobre o problema não seria retrato fiel da realidade, a exemplo do que acontece com outras práticas criminosas -muitas vezes, as famílias não registram o sumiço do material.

O Paulicéia, em São Bernardo, foi apontado como um dos locais. O aposentado José Xavier Mol Júnior, 57 anos, visitou o túmulo do pai no domingo e constatou um problema recorrente a outras sepulturas construídas no local. Peças de artesanato funeral foram roubadas da rua da capela. "É uma decepção só", explica.

O aposentado afirma que apenas um vaso de bronze não foi levado naquele setor do cemitério, porque estaria preso a uma corrente. "As demais sepulturas estão cheias de buracos", diz. A estimativa mais modesta é de que cada par de vasos chegue a custar até R$ 400, valor atraente para os ladrões.

Grades de bronze usadas para impedir a entrada de animais nos túmulos também foram arrancadas. José Xavier recebeu inclusive a sugestão para trocar o material por granito. "Pagaria R$ 60 reais pela mudança", afirmou.

No cemitério, a reportagem constatou a presença de apenas um vigilante, contratado de empresa particular. As tentativas de furto seriam freqüentes e difíceis de serem combatidas, porque seria necessário pegar o criminoso em flagrante.

A Prefeitura de São Bernardo afirma apenas que cerca de dez guardas civis ficariam encarregados pela vigilância nos cemitérios da cidade. O número total de ocorrências não foi informado.

Os demais municípios da região têm poucas ocorrências registradas em BO neste ano. Foram quatro em Santo André, número idêntico ao de São Caetano. Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não tiveram reclamações oficializadas.