O Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana) acredita que um rapaz foi condenado injustamente por roubo em São Bernardo. Ele não foi reconhecido pela vítima do crime e saberia, inclusive, quem é o verdadeiro responsável, que está solto. O órgão enviou um ofício ao presidente do TJ explicando o caso para sensibilizar os desembargadores, que devem decidir em breve a anulação do julgamento.

Cleiton Aparecido Lima Celso foi preso em 20 de setembro por roubar R$ 23 de uma estudante universitária. Ela anotou a placa do carro dos assaltantes.

Ocorre que, segundo Sônia Lima, mãe do condenado, o rapaz era amigo do verdadeiro assaltante, e se encontrou com ele após o roubo. Eles iriam, junto com duas meninas, lanchar no Extra de São Bernardo. A polícia parou o carro na ida para o mercado, e o rapaz foi preso.

"O outro menino preso falou que meu filho não tem nada a ver com a história. E disse quem é o outro assaltante", diz Sônia.

O advogado de Celso, Luciano Cezar Pereira, conta que o verdadeiro responsável foi localizado, mas a justiça negou-se a ouví-lo devido a não-indicação dessa testemunha na defesa prévia.

Ariel de Castro Alves, secretário-geral do Condepe, diz que casos de presos que alegam inocência são freqüentes. "Mas é raro uma história com tantas evidências", afirma.