O mal-estar causado pelos problemas na rede transmissão de dados da Telefônica atingiu em cheio a Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo). O presidente do órgão governamental, Leão Carvalho, não poupou críticas e disse que, apuradas as responsabilidades, a empresa deve ser multada pelo ocorrido quinta-feira.

O fato de a Telefônica lidar diretamente com informações do Estado é um agravante neste caso. "O contrato é muito sério e a ocorrência foi bastante grave. Os dados são matéria-prima do Governo", explicou.

O representante da Prodesp acredita que o tráfego de informação hoje tem ganhado dimensão semelhante ao fornecimento de água e luz. O executivo afirma que o Governo tem se apoiado na tecnologia para tornar mais eficiente o atendimento à população e que, quando ocorre uma pane, é inevitável o transtorno. "Estamos em cima desse cavalo. Se ele apontar o focinho para baixo, a gente cai", afirmou.

O presidente da Prodesp acredita que os reflexos do que ocorreu quinta-feira ainda estão por vir, com o acúmulo de serviço nas repartições públicas afetadas. "É como se tivesse ocorrido um terremoto, e agora esperamos a segunda onda de choque", explicou.

A Prodesp já tem autuado a Telefônica por problemas corriqueiros, que acontecem no cotidiano do serviço. Carvalho afirma que o processo licitatório de 2010 deve levar esses pontos em consideração.

O Governo ainda não são quando se perdeu financeiramente com o problema, mas acredita que os danos tenham sido grandes. "Fora o transtorno para a população, é só imaginar que respondemos por 35% do PIB nacional, algo em torno de R$ 1 bilhão por dia", afirmou.

No sistema financeiro, a Febraban não soube precisar até o início da noite quantos bancos tiveram suas atividades prejudicadas em todo o Estado.

Em São Bernardo, o posto do Poupatempo viveu situação crítica. As senhas deixaram de ser distribuídas ao meio-dia. Apenas 500 atendimentos foram efetuados quinta-feira, contra média diária de 15.000.

Entre os Distritos Policiais, apenas o 2º de Santo André e o 1º de Mauá operaram normalmente, sem transtornos.