Economia Titulo Inflação
Alta nos preços internacionais pressiona inflação doméstica
Do Diário do Grande ABC
29/06/2008 | 07:11
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As seguidas altas da inflação identificadas todos os meses no Brasil por índices como o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, indexador oficial do País), IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), entre outros, sofrem influência do mercado interno e também de toda a conjuntura internacional.

Os aumentos, segundo especialistas, são motivados principalmente pelo crescimento da demanda mundial por alimentos. Essa elevação reflete a melhoria da massa salarial no mundo, em especial dos dois países mais populosos do planeta - a China e a Índia. A produção mundial não tem sido suficiente para atender ao crescimento demográfico mais esse novo mercado consumidor.

"Grande parte da população mundial saiu da linha de probreza, aumentando o consumo de alimentos. Com a demanda maior que a oferta, os preços subiram", explica o professor de economia da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), Giuliano Oliveira.

Nesse contexto, o Brasil, como grande produtor de alimentos, elevou consideravelmente suas exportações de produtos agrícolas nos últimos anos. O aumento das vendas engordou a balança comercial, mas também se tornou um dos estopins para uma aceleração nos reajustes dos preços internos. E os alimentos respondem por 54% do IPCA, que acumulou em maio 2,88%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Para 2008, o governo trabalha com meta de 6,5% para a inflação, percentual superior aos 4,5% previstos no início do ano.

Os principais responsáveis pelas altas de preços neste ano foram o arroz, que subiu 35,09% , a carne (24%) e a farinha de trigo (18,08%). O feijão, principal vilão da elevação do custo de vida em 2007, sofreu queda de 27,12% neste ano. Em janeiro, o quilo do grão custava R$ 4,72 e caiu para R$ 3,44 em maio.

O petróleo é o outro grande responsável pela altas. As cotações do óleo bateram a casa dos US$ 140 por barril na última sexta-feira, depois de chegar aos US$ 100 dólares em janeiro (uma alta de 40% menos de seis meses). Há dez anos, o barril era vendido por pouco mais de US$ 10.

"O produto é usado em toda a cadeia produtiva, desde matéria-prima para a agricultura, como agrotóxicos e fertilizantes, até a fabricação de plásticos, embalagens e na indústria petroquímica. Sua alta interfere no preço de produtos comercializados em qualquer parte do mundo", explica o diretor executivo de finanças da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Roberto Vertamatti.




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