O que assusta mais na maratona da Olimpíada de Pequim: os africanos, que dominam a maioria das provas mundiais, ou a poluição da capital chinesa? Para Marilson Gomes dos Santos, da equipe BM&F/São Caetano, que participa pela primeira vez dos Jogos, os dois fatores podem ser determinantes, mas plenamente superáveis.

"Acredito que a maratona na Olimpíada, teoricamente, será menos complicada que nas demais provas internacionais, porque o número de atletas de ponta é menor. A corrida será disputada em um percurso plano, relativamente fácil. Quanto à poluição, a maioria dos corredores mora em grandes centros e isso, de certa forma, faz parte dos treinos diários. A umidade do ar e o calor serão adversários muito maiores", afirmou.

O brasileiro - que também tem índice para os 10 mil m, mas abriu mão da prova - explicou que o ar poluído pode influenciar no rendimento do atleta devido às dificuldades para a captação de oxigênio. "O corpo começa a sentir fadiga muito antes do previsto. É como se estivesse, por exemplo, correndo na altitude", explicou. "A questão é que as pessoas reagem de forma diferente à situações iguais. O Marilson, por exemplo, leva desvantagem no frio", complementou o técnico Adauto Domingues.

Marilson entra agora na fase final de preparação para os Jogos Olímpicos. Ele realizará treinos na altitude, na Colômbia ou Espanha, e deverá participar de uma meia-maratona antes da competição. "Não sei ainda se em Bogotá ou Nova York", enumera o atleta.

Ontem, o maratonista participou da coletiva de apresentação da equipe Pão de Açúcar, que conta ainda com Maurren Maggi (salto em distância) e os triatletas Mariana Ohata e Reinaldo Colucci, todos classificados para a Olimpíada de Pequim. Também faz parte do grupo os atletas Juliana dos Santos (mulher de Marílson), que busca índice nos 800 m e 1.500 m, e Hudson Santos de Souza, que tenta uma vaga na equipe olímpica brasileira nos 1.500 m, 5.000 m e 3.000 m.