O técnico Wagner Lopes foi apresentado ontem pelo presidente Luiz Fernando Teixeira como técnico do São Bernardo para a sequência do Campeonato Paulista. E entre elogios e expectativa de bom trabalho, o treinador apresentou-se como disciplinador e estrategista, fruto dos quase 20 anos no Japão (como jogador e comandante) e, segundo ele, estudos e aprendizados diários.

"Sou chato demais e os jogadores já sentiram isso no primeiro contato. Meu comando é pelo exemplo e minha linha exige muita disciplina tática e respeito. Se faltar com isso, vai cair no abismo e ninguém vai salvar", destacou o técnico.

Pós-graduado em Gestão Esportiva pela Fundação Getulio Vargas, Wagner Lopes destacou que os aprendizados com grandes técnicos que considera como ‘mestres' contribuíram para a forma como age na profissão, casos de Vicente Del Bosque, campeão mundial com a Espanha, o português Carlos Queiroz, o argentino Omar Piccoli, o francês Philippe Troussier, além dos brasileiros Telê Santana, José Carlos Serrão, Pepe, Cilinho e Vagner Mancini.

"Foram muitas oportunidades de trabalhar com mestres de diferentes valores e nacionalidades para chegar no estágio que estou, mas quero aprender ainda mais", destacou o comandante são-bernardense. "Estudo todos os dias e procuro fazer o maior número de cursos para encontrar novos métodos. Tenho 44 anos, muito a aprender e evoluir, sempre com humildade para ouvir e entender as pessoas."

Sobre o desafio em assumir o São Bernardo, atual lanterna do Paulistão com apenas quatro pontos, Wagner Lopes se diz preparado. "Muito obrigado pela oportunidade. Não vão faltar trabalho, determinação e firmeza para colocar o São Bernardo na luta pela parte de cima da tabela", disse. "É um prazer fazer parte dessa família São Bernardo. Joguei várias vezes contra aqui (no 1º de Maio) por Paulista e Audax e nunca saí com vitória. É clube que sempre monta grandes times. Estou honrado e muito motivado", completou.

Humilde, o treinador explicou que sua chegada ao Tigre chega a ser surpreendente, por vir de um time da Série A-2 Estadual (o Comercial de Ribeirão Preto). "Estou feliz por ser escolhido para vir ajudar o São Bernardo. Me considero abençoado, porque se for analisar friamente, um clube com a estrutura do São Bernardo e recente história de sucesso ir buscar um treinador jovem, de personalidade, na Segunda Divisão...", concluiu Wagner Lopes, que estreia no comando contra o Paulista, sábado, no Estádio 1º de Maio.

Presidente rasga elogios ao novo comandante do Tigre

O presidente Luiz Fernando Teixeira rasgou elogios ao novo técnico do São Bernardo, Wagner Lopes. Segundo ele, é profissional com pensamento e forma de trabalhar semelhantes as do clube, e que tem totais condições de tirar o Tigre da lanterna do Paulistão.

"Por que o Wagner Lopes? Por que trazer um treinador que não tem estrada, que não está há muito tempo no mercado ou não tem renome? Pela filosofia, por ser estrategista. A gente já acompanha o trabalho dele há algum tempo e, de fato, é um líder. Faz as equipes por onde passa produzir, extrai o máximo dos jogadores e isso nos saltou os olhos", justificou o mandatário. "Não fui buscar técnico na A-2. Fui buscar o Wagner Lopes. Não é um nome, mas uma forma de pensar que o clube sempre buscou e nunca encontrou."

O presidente aproveitou e mandou recado à torcida: "O São Bernardo após a sétima rodada vira outro. Em 2012, até a quinta rodadas, a gente tinha zero ponto (na Série A-2) e fomos campeões. Em 2012, somava cinco pontos em sete rodadas (também na A-2) e subimos", lembrou.

Insatisfeito, Ney Mineiro pede para deixar o São Bernardo

Maior artilheiro da história do São Bernardo, com 39 gols, o atacante Ney Mineiro solicitou ontem ao presidente Luiz Fernando Teixeira a rescisão contratual. Insatisfeito com a condição de reserva, o atleta não seguirá com o clube na disputa do Campeonato Paulista - pode seguir para a Ferroviária e reeditar dupla ofensiva com Raul, emprestado pelo Tigre.

"Tanto rendo homenagem por aquilo que contribuiu na história do São Bernardo quanto lamento querer abandonar o time quando mais precisa, na lanterna da competição", afirmou o dirigente. "Tem todo nosso respeito, mas não está feliz. Não vinha fazendo bons treinamentos e mostrou descontentamento."

A saída do atacante concretizou-se após reunião entre o presidente e o elenco do Tigre. "A porta da rua é serventia da casa para aqueles que não querem lutar e honrar 100% esta camisa preta, amarela e branca", disse Luiz Fernando Teixeira, que descartou reforço imediato. "Temos o Mandi e o Ricardinho, que fazem a mesma posição. Vamos avaliar a necessidade ou não de trazer alguém", completou.

Pela conversa que teve com o elenco, o dirigente explicou que Ney Mineiro "pode ser o primeiro de alguns" a deixar o São Bernardo. "Precisamos de 100% de vontade. Se não, nos procure que tomaremos atitude rapidamente. Neste Campeonato Paulista, se não tiver vontade de vencer, não vai a lugar nenhum", encerrou Luiz Fernando Teixeira.