Por trás dos olhos vidrados, andar esquisito, veias saltadas, cheiro de carne podre e excêntrica dieta rica em cérebros humanos, os zumbis podem ser seres bacanas, com senso de humor e românticos, até mais do que muita gente bem viva por aí. Assim é o protagonista de 'Meu Namorado é um Zumbi', adaptação do livro 'Sangue Quente' (de Isaac Marion), que invade hoje os cinemas.

O ator Nicholas Hoult vive R - única letra do nome que ele lembra, já que o forte dos mortos não é a memória -, zumbi adolescente que convive com outros da sua tribo depois de um apocalipse. Embora não consiga raciocinar direito e o grunhido ser a única forma de comunicação, ele mantém rotina e tem até amigo.

A vida pacata e arrastada de R muda quando conhece Julie (Teresa Palmer), exterminadora de zumbis que acaba de ver o namorado ser devorado - por R, aliás. Algum motivo desconhecido faz com que Julie desperte sentimentos no coração podre do garoto que, por instinto, protege a loira.

O filme do diretor Jonathan Levine é leve e despretensioso. Mas segue certo clichê no quesito ‘me apaixonei por um ser sobrenatural. E agora?' Assim como na franquia 'Crepúsculo' (impossível não comparar), mais uma vez o verdadeiro amor sobrevive ao enfrentar barreiras e preconceitos. Só que, nesse caso, as risadas são mais garantidas.