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Eric Bana debuta no terror em "Livrai-nos do Mal"
18/09/2014 | 08:13
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Poucos personagens conseguem tirar o australiano Eric Bana de casa. Ou melhor, da garagem. Fascinado por carros de corrida e assíduo competidor em provas de rali, o ator de 46 anos leva o hobby cada vez mais a sério - a ponto de rodar apenas um filme por ano e passar o restante do tempo em Melbourne, dedicado à paixão por velocidade e automobilismo. "Quando era garoto, queria ser piloto. Mas nunca tive dinheiro para me lançar numa carreira profissional", contou Bana, que resgatou o sonho, de forma amadora, graças ao cinema.

"Minha garagem é meu refúgio. Trabalhar nos meus carros é uma terapia", disse o ator, mais conhecido por interpretar o vilão Nero em "Star Trek" (2009), o agente do serviço de inteligência israelense em "Munique" (2005), o guerreiro Hector em "Troia" (2004) e o gigante esverdeado em "O Incrível Hulk" (2003). "Mesmo sem filmar uma produção atrás da outra, o que ganho me garante uma vida com direito a alguns luxos, como os meus carros." Até hoje, ele mantém o primeiro que comprou, aos 15 anos, um Ford Falcon XB Coupe 1973.

Quando aceita um convite para filmar, geralmente encarna tipos intensos e explosivos - como o policial nova-iorquino Ralph Sarchie de "Livrai-nos do Mal", que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 18. O longa-metragem assinado por Scott Derrickson (de "O Exorcismo de Emily Rose", de 2005) é inspirado no livro de memórias de Sarchie, "Beware the Night", publicado em 2001.

Hoje aposentado, o investigador teria trabalhado em casos de possessões demoníacas, "poltergeists" (manifestações que deslocam objetos) e casas mal-assombradas nas ruas do Bronx. Uma dessas investigações, em que Sarchie teria presenciado sessão de exorcismo, é reconstituída no filme, o primeiro do gênero de terror da carreira de Bana. "Quando era criança, adorava produções de dar medo. Cresci assistindo à série Além da Imaginação e nunca esqueci da minha reação ao ver O Exorcista, aos 8 anos. Passei noites sem dormir", recordou.

Durante a preparação para "Livrai-nos do Mal", Bana conheceu Sarchie, que mostrou ao ator o vídeo de exorcismo do caso tratado no filme. "Pensando bem, eu deveria ter dito 'não, obrigado', já que aquelas imagens nunca mais sairão da minha cabeça."

O policial que interpreta passa as noites nas ruas, tentando desvendar casos que o deixam atormentado e afetam o seu relacionamento com a mulher (Olivia Munn, da série "Newsroom"). "Quando eu saía do set, dirigia horas por Nova York. Pilotar sempre me ajudou a driblar o estresse e a pressão das filmagens."

Formado pelo National Institute of Dramatic Art, de Sydney, o ator com quase 30 títulos na bagagem nunca se deixou aprisionar num único papel. Por mais que seus personagens sempre tenham densidade, não se sabe exatamente o que esperar de Bana, esteja ele em filmes de ação, thrillers, dramas, épicos, romances ou comédias. "Brincam que nos meus filmes sempre morro no final e nunca fico com a mocinha, o que nem sempre é verdade."

O que ele procurou fazer foi evitar a repetição, ainda que os cachês milionários de Hollywood costumem acabar nas mãos de quem se especializa num papel. "Acabo aceitando rodar os filmes que gostaria de ver, geralmente os mais calcados no desenvolvimento dos personagens. Ficaria entediado, se fizesse a mesma coisa nos sets. O herói de ação, por exemplo. Ainda bem que nunca tive a ambição de me tornar um astro."

O estilo de vida glamouroso em Los Angeles não atrai Bana. "Só passo o tempo necessário na cidade e volto correndo para Melbourne", afirmou o ator, casado com a ex-relações públicas Rebecca Gleeson, com quem tem dois filhos: Klaus, de 15 anos, e Sophia, de 12. "Quando não estou com a família, certamente estou pilotando os meus carros ou escondido na garagem, sujo de graxa. Não quero outra vida." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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