Setecidades Titulo Abandonado
Carlos Gomes terá
outro projeto de reforma

Prefeitura de Santo André vai ouvir sociedade civil para
conseguir planejar próximas intervenções no cine teatro

Cadu Proieti
Do Diário do Grande ABC
23/01/2013 | 07:00
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A Prefeitura de Santo André irá elaborar outro projeto para reforma do Cine Teatro Carlos Gomes. Com isso, tudo o que foi planejado para o espaço cultural pelo antigo prefeito Aidan Ravin (PTB) será descartado. A informação é do secretário de Cultura do município, Raimundo Salles. "Há uma decisão do governo no sentido de refazer o projeto todo."

No entanto, ainda não há previsão para o novo plano de revitalização do cine teatro ser concluído. A intenção é abrir diálogo com a população sobre qual a melhor forma de aproveitamento do espaço. "Vamos fazer uma conferência municipal de cultura para discutir esse tema e ouvir a sociedade civil. Posteriormente, iremos submeter o projeto novamente ao Comdephaapasa (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André) para aprovação. Será um recomeço. O projeto da gestão anterior deixará de existir", disse Salles.

O secretário não descartou que haja uso de PPP (Parceria Público-Privada) na reforma do Carlos Gomes. "Vai ser feito no formato que a sociedade civil entenda que deve ser. É evidente que se tiver a participação, por exemplo, do Banco do Brasil ou Caixa Econômica Federal, vai ser ótimo. Temos de viabilizar outras parcerias também."

Ontem, a equipe do Diário esteve no Carlos Gomes, na Rua Senador Flaquer, região central da cidade, e constatou que o prédio está em ruínas. Sobraram apenas as paredes laterais da edificação, sustentadas por andaimes, e o telhado. O projeto da administração anterior visava investir R$ 2,6 milhões para reformar o espaço e utilizá-lo como sede da Orquestra Sinfônica. As obras foram iniciadas em dezembro de 2011 e paralisadas em agosto, após acordo entre Ministério Público e Prefeitura, visando preservar a estrutura do prédio.

O que forçou a pausa nas intervenções foi a movimentação do movimento SOS Carlos Gomes, que colheu cerca de 3.000 assinaturas para tentar impedir a obra. "Não teve diálogo em momento algum (por parte da Prefeitura). Ninguém foi ouvido antes da reforma. Houve total resistência em debater o projeto, que era completamente inviável", disse a professora da UFABC (Universidade Federal do ABC) Silvia Passarelli, uma das líderes do grupo.

Ela elogiou a iniciativa da atual administração em ouvir a sociedade civil antes de elaborar outro plano de reforma para o espaço.


Grupo sugere obra nos moldes do CEU das Artes

Representante do movimento SOS Carlos Gomes, a professora da UFABC (Universidade Federal do Grande ABC) Silvia Passarelli sugeriu que o cine teatro seja reformado nos moldes do CEU das Artes e dos Esportes, do governo federal. O modelo reúne várias modalidades artísticas em um mesmo espaço.

"Acho que tem de ser valorizada a ruína, que é a história de resistência daquele prédio. Nas três paredes e o telhado que sobraram, garantir um espaço de múltiplo uso. Pode até ser um auditório ou pequeno teatro, mas ter espaço para exposições, área para debates ou internet. Talvez possa ser feito algo na linha do CEU das Artes. Não sei o que cabe lá dentro, tem de desenhar e fazer o projeto em cima disso."

Na segunda-feira, os secretários de Cultura, Raimundo Salles, Orçamento e Planejamento, Alberto Alves de Souza, e Gabinete, Tiago Nogueira, receberam produtores artísticos para debater o plano cultural da cidade para os próximos quatro anos. Segundo relatos de moradores presentes ao encontro, Souza disse durante a reunião que irá a Brasília ainda neste mês para buscar recursos junto ao Minc (Ministério da Cultura) a fim de viabilizar a reforma do Carlos Gomes.

A equipe do Diário procurou o secretário para falar sobre o assunto, mas o titular da pasta de Orçamento e Planejamento não pôde atender à reportagem.




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