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Hidrovias: sistema mal aproveitado

Em 2013, ano da aprovação do novo marco regulatório portuário (lei número 12.815), o Porto de Santos movimentou 114 milhões de toneladas contra 33 milhões de toneladas em 1993

Do Diário do Grande ABC
16/08/2014 | 09:12
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Artigo

Em 2013, ano da aprovação do novo marco regulatório portuário (lei número 12.815), o Porto de Santos movimentou 114 milhões de toneladas contra 33 milhões de toneladas em 1993, quando foi promulgada a antiga Lei dos Portos (número 8.630). Para 2024, a previsão é que movimente 195 milhões de toneladas. Dentro da atual matriz de transporte, que privilegia o transporte rodoviário, será impossível dar conta de tamanha demanda. A única saída estaria em aumentar a participação das ferrovias no transporte de carga dos atuais 15% para pelo menos 60%. Para tanto, seria fundamental concluir o Ferroanel, que liga o Norte ao Sul do País, mas que, embora seja projeto da década de 1950, ainda está longe de sua conclusão.

E mais: é urgente pavimentar a BR-163, especialmente no Pará, onde a maior parte dessa estrada é de terra batida, deslocando o transporte de grãos do Centro-Oeste para o Norte, especialmente para o porto de Santarém, com o objetivo de desafogar os portos de Santos, em São Paulo, Paranaguá, no Paraná, São Francisco do Sul, em Santa Catarina, e Rio Grande, no Rio Grande do Sul.

Para tanto, é preciso que muitas obras que exigem investimentos de longo prazo saiam do papel, como, por exemplo, a hidrovia Teles Pires-Tapajós, que facilitaria o escoamento no chamado corredor Norte. Só que o ritmo de investimento no País tem sido lento demais. Basta ver que hoje o Brasil aplica 2,1% do seu PIB (Produto Interno Bruto) na melhoria da infraestrutura de transporte, ao passo que a China gasta 7,3% e a Índia 5,6%, segundo dados da CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Estudo preparado pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes) mostra que, de 63 mil quilômetros de extensão de rios, 41.635 quilômetros são de vias navegáveis, das quais apenas 20.956 quilômetros economicamente aproveitáveis, ou seja, 50,3%. Para a CNT, faltam manutenção e investimento em eclusas, abertura de canais, dragagem e outras obras imprescindíveis. No ano passado, de R$ 5,2 bilhões autorizados para investimento, o governo federal só conseguiu aplicar R$ 2,4 bilhões, ou seja, 46%.

O mesmo estudo aponta que seriam necessários investimentos estimados em R$ 50 bilhões para deixar a infraestrutura em hidrovias em boas condições. Se o governo aplicasse efetivamente o que costuma reservar em orçamento, nem em uma década essa meta seria alcançada. Como não consegue aplicar por ano sequer a metade do que prevê, nem em 20 anos o Brasil terá sistema hidroviário eficiente.

Milton Lourenço é presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicomis (Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo).

Palavra do leitor

Desrespeitados
Os aposentados recebem neste ano R$ 724 de salário. Se fossem respeitados os aumentos anuais desde a criação do benefício, hoje o valor estaria acima de R$ 2.000. Mas a presidente Dilma simplesmente seguiu o injusto modelo de seus antecedentes, que sempre achavam mais cômodo não respeitar a lei, sempre aumentando o mínimo percentual aos aposentados, que passaram parte de suas vidas trabalhando duro para o bem do Brasil. Importante lembrar que em sua campanha prometeu, quando eleita, a melhoria substancial para os aposentados. Para os que recebem um pouco acima do salário mínimo, o percentual de reajustes chega sempre menor. A continuar assim, logo todos aposentados passarão a receber pelo mínimo, desprezando o ‘quanto mais tempo de trabalho’ e a ‘quota paga’. Portanto, cuidado, aposentados! Logo teremos eleições. Sabemos quão difícil será descobrir qual presidente será melhor para a classe, mas não deixe de reclamar e exigir seus diretos.
Américo Del Corto
Ribeirão Pires

Prédio Ideale
Solicito à Prefeitura de São Bernardo que tome providências em relação ao barulho ensurdecedor que a obra do prédio Ideale, na Rua Salvador Capassi, no Baeta Neves, está causando a nós, moradores vizinhos ao edifício. Prefeito Luiz Marinho, pelo amor de Deus, peça fiscalização nesta obra com o decibelímetro, porque os operários iniciam a barulheira às 6h30, e ficam até as 22h, com máquinas e seus motores em ritmo acelerado, o que causa barulho insuportável. Por favor, precisam tomar atitudes. Não estamos suportando mais. Essa obra está acabando com a nossa paz. O Baeta sempre foi bairro tranquilo. O que estão fazendo com nossa tranquilidade? São obras e mais obras interrompendo a paz de todos nós. Não é justo! Vou procurar ajuda, não vou mais admitir acabarem com o nosso sossego fora de horário. Prefeito, conto com a sua ajuda, o senhor precisa tomar as devidas providências.
Adriano Rocha
São Bernardo

Defasagem
Permita-se subscrever a carta do leitor Ivanir de Lima (Defasagem, dia 13) e acrescentar: o que ocorre é que o nosso direito nasce na Granja do Torto. Os agentes do governo se cuidam e se aposentam com vencimentos integrais, mesmo quando postos em disponibilidade ou demitidos a bem do serviço, caso de maus juízes. Seriam 10% dos aposentados, mas ficam com 90% do que se gasta com aposentadoria. Sobram só 10% para os outros 90% de aposentados, trabalhadores das atividades privadas, que contribuem à base de salários mínimos, mas se aposentam pela média dos recolhimentos nos anos anteriores com correções por índices adrede preparados, que lhe reduzem o poder aquisitivo a cada reajuste, numa verdadeira operação mata velho. Na Constituição Federal, artigo 5º, dizem que somos todos iguais perante a lei mas, na prática, lembram aquele estrangeiro que mantinha à sua porta um aviso: ‘Se é para pagar sou eu, se é para receber sai eu’. Para receber, o maior índice cheio. Para pagar, quando paga (que o digam os credores de decisões de mortos sem receber seus créditos), um índice especialmente preparado e defasado. Esse é o Estado de Direito fajuto, segundo o saudoso professor Miguel Reale.
Nevino Antonio Rocco
São Bernardo

Outro voo
Tem coisas que só acontecem no Brasil, como a divulgação precipitada da conversa que nos foi apresentada como sendo a última feita entre o piloto e a torre de controle, segundos antes da queda do avião de Eduardo Campos. Conversa que mostrava uma pessoa tranquila, sem qualquer indício de nervosismo que certamente existiria, caso ele estivesse enfrentando problemas no voo. Só que a gravação era de outro voo, em outro dia! Dá para acreditar?
Ronaldo Gomes Ferraz
Rio de Janeiro

Único
O Nobel de Matemática é um em 10 milhões. Parabéns, Artur Avila, pelo merecido prêmio. Orgulho nacional. Que bom seria se nossos governantes o seguissem. Mas eles não ligam para nós, não investem em Educação, em laboratórios de informática, as salas de aulas estão caindo aos pedaços, sem bibliotecas, sem banheiros, e não valorizam nossos professores. Nossas crianças saem do Ensino Fundamental sem saber fazer contas. Ou, ainda, sem saber a tabuada do dois ao cinco. Pobre Brasil! Valeu Artur! Como sugestão: crie instituto para crianças carentes de Educação em Matemática.
José Pedro Naisser
Curitiba (PR)  




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