A produção de itens em plástico encolheu 1,5% em 2011, passando do total de 6 milhões de toneladas fabricadas no ano passado para estimados 5,9 milhões, conforme dados do levantamento anual da Associação Brasileira da Indústria do Plástico.

O estudo da Abiplast aponta ainda suave aumento de 2% nas exportações, enquanto as importações cresceram 20%. "O grande vilão da nossa indústria é o valor dos insumos, em especial as resinas, pelas quais pagamos mais caro do que nossos concorrentes (do Exterior). Além disso, há a excessiva carga tributária, o câmbio desfavorável e os juros muito altos, a despeito da retração para 11% da Selic. Estamos perdendo mercado e teremos muita dificuldade de exportar, pela baixa competitividade endêmica do Brasil e pela retração econômica mundial", afirma o presidente da associação, José Ricardo Roriz.

O deficit da balança comercial do setor triplicou em três anos (2008-2011) e cresceu 40% neste ano frente a 2010, saltando de US$ 1,36 bilhão para US$ 1,89 bilhão.

Apesar da queda da competitividade nacional, a indústria do plástico mantém-se, em 2011, como o terceiro maior setor empregador industrial do Brasil. São 357 mil empregados no ano, contra 347 mil em 2010, representando crescimento de 3%. No Estado de São Paulo, o setor é o segundo maior empregador industrial e fechou o ano com cerca de 190 mil trabalhadores.

Roriz avalia que a perda de competitividade da indústria de transformação precisa ser revertida. "O governo precisa avaliar diversos pontos, como a carga tributária. Esse é o setor que mais contribui para a arrecadação de tributos: 37,4% do total, de 2005 a 2009", diz.