Setecidades Titulo Morte no campinho
Samu achou que era trote, diz família
Andressa Dantas
Especial para o Diário
03/12/2012 | 07:00
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O campo de futebol de várzea onde Fábio Henrique Tilly Bezerra, 12 anos, perdeu a vida ao ser atingido por uma trave, em Santo André, segue sem proteção que impeça outros acidentes. O garoto morreu no dia 15 e, de lá para cá, nada foi feito pela Prefeitura, responsável pelo espaço de lazer.

A família da vítima afirma que a morte do menino foi ocasionada por uma série de irregularidades, desde a falta de responsável pelo campo presente no local até a negligência do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). "Talvez meu filho estivesse aqui se a ambulância atendesse ao chamado rapidamente. Foram as crianças que ligaram, e o Samu achou que era trote. Se o Luiz (responsável pelo campo, segundo os pais) estivesse no local, também poderia ter ajudado, mas a meninada estava sozinha", desabafou a mãe de Fábio Henrique, Cristina Bonder Tilly Bezerra.

Na hora do acidente, as crianças foram à casa dos pais do garoto para avisá-los. "Quando cheguei lá, ainda não havia equipe de socorro. Liguei para os bombeiros, que enviaram uma viatura. Eles ficaram cerca de 15 minutos fazendo massagem cardíaca e oxigenação no meu filho, aguardando o helicóptero chegar com equipamentos médicos", afirma o pai da vítima, Fábio Siqueira Bezerra.

As crianças da família estão abaladas com a tragédia. Fábio era o mais velho e estava sempre com os irmãos e a prima. "A gente nem brinca muito agora. Era ele quem fazia todos os jogos. Tenho saudade", diz a prima Jennifer Favero, 10.

A família denuncia que, do momento do acidente à chegada da equipe médica, Fábio Henrique ficou mais de uma hora aguardando atendimento. "Cheguei a ver meu filho respirando ainda, ao lado de uma poça enorme de sangue. A trave perfurou uma artéria", lamenta o pai.

O campo de futebol continua sem proteção para conter os equipamentos móveis, e a trave que ocasionou o acidente continua caída. "Ninguém fez nada para mudar a situação. Do jeito que está, ainda é possível que as crianças se machuquem nos ganchos de amarração da rede. Se fosse filho de algum rico, já teriam consertado tudo", disse Henri César Favero, tio do menino.

Ao ser questionada sobre manutenção e instalação de equipamentos de segurança, a Secretaria de Esportes de Santo André não se manifestou.




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