A Viação Expresso Guarará, que teve um de seus ônibus incendiados na noite de segunda-feira, em Santo André, não fará alterações no itinerário da linha após o incidente. Na noite de ontem, porém, os coletivos que ficavam no Terminal da Vila Luzita para agilizar a saída pela manhã foram levados para a garagem da empresa, que alega motivos operacionais para a mudança.

O coletivo queimado atendia à Linha AL 127, que vai do Terminal Vila Luzita à Cidade São Jorge. Quando passava pela Avenida Queirós Filho, na Vila Suíça, três pessoas teriam feito sinal. Uma delas estava armada e deu ordem para que os 15 passageiros e o motorista descessem do ônibus. Na sequência, o grupo ateou fogo ao veículo. Não houve vítimas.

Moradores da região contam que a movimentação esteve normal nos últimos dias e que não perceberam qualquer ação criminosa nas redondezas. "Escolheram um horário que é muito tranquilo. A gente chega do trabalho, vai preparar o jantar, assistir a novela e descansar. Nem percebi nada. Só fiquei sabendo do incêndio porque minha irmã, que mora um pouco mais para frente, me ligou e falou para ir com as crianças para a casa dela, com medo que o ônibus pudesse explodir", disse Sueli Maria de Souza, 43 anos.

O delegado do 6º DP (Jardim do Estádio) da cidade, Marcos Alexandre Cattani, afirmou que ainda não há pistas sobre os autores do atentado. "Contamos com o depoimento do motorista e do cobrador, pois os passageiros eram da Cidade São Jorge e voltaram para casa antes mesmo de a polícia chegar ao local".

Apesar dos boatos sobre toque de recolher no bairro, que teria motivado o incêndio do coletivo, o delegado descartou o envolvimento da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) no incidente. "A região na qual atuamos é uma área muito complicada, de alta criminalidade. Mas posso garantir que não registramos nenhum aumento de ações criminosas recentemente, pelo contrário, estamos com índices baixos em comparação a outros meses."

Em comunicado, a Viação Expresso Guarará informou que está em busca de soluções para aumentar a segurança de passageiros e funcionários. O coletivo incendiado não possuía sistema de monitoramento por câmera, e a polícia também não localizou estabelecimentos comerciais com o dispositivo que pudessem ajudar nas investigações.

"O que está acontecendo hoje é uma grande especulação sobre o PCC. As pessoas entram em situação de pânico sem necessidade e é nesse momento que os criminosos oportunistas aproveitam para agir com atos de vandalismo", destacou Cattani. Apesar da afirmação, frentistas de postos de gasolina nas proximidades informaram que viaturas da Polícia Militar teriam passado pouco depois do atentado pedindo para que não fosse vendida gasolina em galão.

DIADEMA
Em Diadema, a Prefeitura informou que a alteração de itinerário das linhas 21 e 24 (Terminal Diadema/Terminal Piraporinha) permanecerá até que a situação de violência seja resolvida. Na cidade, dois ônibus foram incendiados no fim do mês passado, na Avenida dos Signos.