Esportes Titulo Crise
Ídolo do Azulão e do Ramalhão
lamenta o momento dos clubes

Volante Adãozinho espera que os arquirrivais tenham outra
postura na temporada 2012; atleta se aposentou neste ano

Thiago Bassan
Do Diário do Grande ABC
28/11/2011 | 08:30
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Ídolo dos rivais São Caetano e Santo André, o volante Adãozinho torce por mudanças nos clubes. Vice-campeão da Copa João Havelange em 2000, Brasileiro em 2001 e da Copa Libertadores da América em 2002 pelo Azulão, e campeão da Série A-2 do Campeonato Paulista de 2001 pelo Santo André, o ex-jogador espera que os arquirrivais tenham outra postura na temporada 2012.

"O São Caetano tem escola de vida na qual deveria ter aprendido com o que aconteceu. Ninguém ganha com nome. Não adianta trazer apenas o Márcio Araújo. Ele vai falar um monte de coisas, e o jogador tem de absorver isso. O clube fez história dentro e fora do País, os rivais respeitavam a gente. Era um dos poucos clubes que nunca atrasavam salário. Cabe ao dirigente atual impôr isso também aos atletas", avaliou ele.

Sobre o momento do Santo André, Adãozinho acredita que a solução está nas parcerias. "Tem de buscar parcerias competentes para andar em dia com seus compromissos. E trazer jogadores que conheçam a A-2 e tenham interesse em disputar esse torneio. Precisa de planejamento, só contratação não adianta", afirmou.

Após encerrar a carreira de jogador no segundo semestre de 2011, quando aceitou o convite de amigos para defender o Atibaia, Adãozinho pensa em ser treinador e sonha em voltar um dia para trabalhar na região. O volante relembrou com carinho as três chances que teve de ser campeão com o Azulão.

"Em 2000, enfrentamos o Vasco na decisão. Naquela final, fui bater escanteio justamente onde a arquibancada caiu. Se aquele jogo fosse adiante, tenho certeza de que o São Caetano ficaria com o título. Vínhamos em sequência muito boa. Mudaram a final para outro ano, aí vários jogadores já tinham saído. Nossos atletas voltavam de férias. Nesse aspecto, o Vasco levou vantagem", comentou.

Em 2001, outra derrota na decisão, desta vez para o Atlético-PR. "O Símon (Carlos Eugênio) amarelou toda nossa defesa logo no primeiro tempo. Aí ficou difícil. Não tinha como entrar em dividida. Chegamos a fazer 2 a 1, mas ele anulou e deu cartão amarelo para o Magrão. Ele sabia que a gente era bom na bola parada, então só marcava faltas no meio-campo", acusou Adaõzinho.

Por fim, a traumática decisão da Libertadores, perdida para o Olimpia, do Paraguai, nos pênaltis. "Nós perdemos para nós mesmos. Ganhamos o jogo lá (em Assunção), o que parecia impossível. Aqui saímos na frente. Fica difícil quando você vê seu comandante fora do banco no segundo tempo (sobre a expulsão do técnico Jair Picerni). Mas foi o melhor momento da minha carreira e o melhor grupo que atuei", relembrou o ex-jogador.

Jamais jogaria no Corinthians, diz Adãozinho

Longe de esconder sua admiração e torcida pelo Palmeiras, pelo qual atuou em 2004, o ex-volante Adãozinho revelou qual clube não gostaria de ter defendido em sua carreira: o rival Corinthians. "Sempre fui palmeirense e jamais jogaria pelo Corinthians. Respeito muito o clube, mas se tivesse de atuar lá, não sentiria aquele prazer de vestir a camisa", afirmou.

Adãozinho foi sondado pelo então treinador do Timão, Carlos Alberto Parreira, sobre a possiblidade de defender o Alvinegro em 2002, época em que o tetracampeão mundial comandava o time do Parque São Jorge. Mas não aceitou.

O jogador relembrou também que não tinha bom relacionamento com o técnico Luiz Carlos Ferreira, treinador do Santo André quando defendeu o clube, em 2001.

"Foi um desafio jogar no Santo André porque o técnico era muito sistemático, carrancudo. Logo que cheguei para treinar, ele disse: ‘Adãozinho, não gosto de você, desde a época da decisão da A-2 de 1999, mas você está aqui para nos ajudar'. Respondi que também não gostava dele, mas estava ali para trabalhar", recordou.

A briga começou no primeiro semestre de 2000, quando São Caetano e Paulista de Jundiaí decidiram a A-2, vencida pelo Azulão com Adaõzinho fazendo o gol do título.

"Fomos campeões em cima deles e o Ferreira ficou falando um monte. Não rebati na época, mas depois o clima ficou ruim", relatou.




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