As observações quanto aos prazeres e dificuldades do jornalismo que tomam conta do blog 'Desilusões Perdidas' (www.desilusoesperdidas.blogspot.com.br) são os meios de fuga para a vida nada feliz de Duda Rangel. O profissional desempregado (e abandonado pela mulher) mistura histórias reais e ficções em textos que têm chamado a atenção dos internautas, principalmente dos jornalistas, desde 2009, quando lançou a página na internet.

O que poucos leitores sabem é que Rangel é apenas fruto da imaginação dos irmãos gêmeos Anderson e Emerson Couto, de Santo André. A dupla aposta em novos ares para sua criação com o livro 'A Vida de Jornalista Como Ela É - O Melhor do Blog de Duda Rangel' (Independente, 200 páginas, R$ 22,90), que tem lançamento hoje, às 18h30, no Bar Barão da Itararé (Rua Peixoto Gomide, 155. Tel.: 3237-2047), em São Paulo. A partir de segunda-feira, a obra só será vendida por meio do blog.

Os autores, que hoje atuam na área de comunicação corporativa, sempre foram extrovertidos e antenados com a tecnologia. "Hoje temos essas ferramentas tecnológicas que nos proporcionam fazer coisas diferentes. Falar de jornalismo veio de maneira natural e criamos o Duda para dar a visão do profissional. O humor nos dá a oportunidade de lidar com os temas de maneira mais leve", afirma Anderson.

Atualmente, o endereço virtual recebe cerca de 75 mil visitas por mês. Ao longo de quatro anos de atividade, por volta de 500 posts foram publicados. A seleção para o livro conta com 110 textos com uma pegada mais literária. "Há muitos contos e crônicas, pois certas coisas funcionam melhor em um livro do que na internet", explica o andreense. Todo o material está dividido em capítulos temáticos, como 'Vida de Estudante', 'Assessoria de Imprensa' e 'Ética'.

O sucesso do blog fez com que os irmãos fossem convidados para atuar como colaboradores dos roteiros da quarta temporada do programa de humor 'Sensacionalista', que vai ao ar às segundas, a partir das 22h30, no Multishow.

Hoje à noite os Couto esperam surpreender alguns fãs. "Acho que certas pessoas vão para encontrar o Duda e vão se deparar com a gente. Com o livro, estamos nos assumindo como autores, mas ele (Duda) continua existindo. Os leitores acabam acreditando nele, pois o fazemos para ser real mesmo e criar uma identificação maior. Tanto o Duda quanto os textos passam pelo olhar crítico das pessoas, que devem separar o que é piada ou não", analisa Anderson.