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Famílias estão menos dispostas para consumir neste mês
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
24/10/2012 | 07:26
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As famílias estão menos interessadas em consumir neste mês, quando comparado a setembro e outubro de 2011. De acordo com a Pesquisa Nacional da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), o Índice de Intenção de Consumo das Famílias recuou, na relação mensal, de 135,7 para 134,8 pontos. No décimo mês do ano passado, o indicador registrou 137 pontos. A CNC publicou a pesquisa ontem.

Para o economista da confederação Bruno Fernandes, as famílias estão mais cautelosas, o que vem proporcionando ligeira queda na intenção de compras. Essa preocupação é estimulada por alguns fatores, citou o especialista, dentre eles o endividamento elevado das famílias. "Muitas vêm direcionando os seus recursos para liquidar as dívidas já existentes. Isso tira um pouco a vontade de consumir mais", diz.

Outro motivo destacado por Fernandes foi a antecipação do consumo de bens duráveis. Como o governo determinou medidas de desoneração em alguns setores, como o de automóveis e linha branca - máquina de lavar, geladeira e tanquinho - as famílias, provavelmente, já entraram em parcelas para comprar esses produtos, comenta o economista.

Por fim, Fernandes apresenta a desaceleração do crescimento da economia como uma intempérie que tem resfriado o mercado de trabalho. "Com isso, alguns consumidores não estão seguros com a manutenção do seu emprego, o que faz com que ele não gaste."

O indicador da CNC é formado por sete fatores. A confiança do consumidor no emprego atual caiu, na relação mensal, 0,6%; na renda atual diminuiu 0,9%; no nível atual de consumo reduziu 2,1%, e nas compras a prazo retraiu 2%. As perspectivas profissional e de consumo reduziram, ambas, 0,2%.

O único fator que apresentou resultado positivo foi a avaliação dos consumidores quanto ao momento ser ideal para a compra de bens duráveis, com acréscimo de 1,7%. "Essa percepção positiva é estimulada pelo cenário de estímulos tributários para a compra de alguns bens duráveis. Mas não significa que eles vão comprar", avalia Fernandes.

 




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