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Jardim Irajá reivindica Segurança

Moradores do bairro de São Bernardo fazem abaixo-assinado para pedir instalação de base policial

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
13/06/2014 | 07:00
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Andréa Iseki/DGABC


Diante da sensação de insegurança diária em virtude de constantes assaltos no bairro Jardim Irajá, em São Bernardo, moradores estão fazendo um abaixo-assinado para pedir base policial na área. Foram coletadas até agora 3.000 assinaturas e a meta é atingir 6.000. “Fui à Prefeitura e falaram que a partir de 5.000 assinaturas é possível fazer alguma coisa. Espero que façam, pois não queremos virar estatística de polícia”, disse uma moradora que encabeça a ação e, por medo, preferiu não se identificar, assim como os vizinhos ouvidos pelo Diário.

Os casos têm ocorrido com frequência, segundo relatos. “No dia 4, meu filho presenciou três estudantes sendo assaltadas na Rua Wenceslau Richter. No mesmo dia, dois idosos foram roubados às 13h”, fala a idealizadora do manifesto.

Uma dona de casa conta que há quatro meses ladrões deixaram um carteiro seminu. “Eles roubaram o uniforme e os sapatos, além de outros pertences, em plena luz do dia, às 14h30. Presenciei a situação. Hoje, se tiver que receber alguma encomenda, talão de cheque ou cartão de banco, temos de ir na agência, porque eles não entregam mais essas coisas aqui”, fala, completando: “O mesmo acontece com a Casas Bahia, que só faz a entrega com escolta policial, porque, do contrário, o caminhão encosta e os bandidos levam o que dá para carregar”.

A Casas Bahia confirmou que utiliza escolta de empresas autorizadas pela Polícia Federal para realizar entregas de pedidos no Jardim Irajá. O Correios foi procurado, mas não respondeu até o fechamento desta edição.

De acordo com os moradores, os atos geralmente são praticados por criminosos em motocicletas. “O Irajá tem algumas saídas para a Avenida Luiz Pequini e para a Vila São Pedro em que só passam motos. Faltam viaturas, principalmente na hora de entrada e saída das aulas (da EE Professor Nelson Monteiro de Paula), que é o momento em que o pessoal de moto fica mais na área”, afirma um morador.

Ampla praça situada na Rua Pensier Ronchetti também tem favorecido a concentração da criminalidade. Quem mora pelos arredores conta que o espaço vem sendo utilizado por usuários de drogas. Os relatos são comprovados pela quantidade de pinos para armazenamento de entorpecentes encontrados no local. As árvores e o mato alto facilitam o esconderijo de usuários e criminosos.

A Prefeitura de São Bernardo informou que a GCM (Guarda Civil Municipal) intensificará as rondas no local e que técnicos da Secretaria de Serviços Urbanos realizarão vistoria para que possa ser constatado o estado da praça. Ainda segundo a administração, o corte de grama é realizado a cada 45 dias.

Sobre o abaixo-assinado, o Executivo pontua que o adequado é que ele seja encaminhado direto ao comando do 6º batalhão da PM (Polícia Militar), mas caso os moradores prefiram entregar à Secretaria de Segurança, o documento será encaminhado à PM.

Polícia diz fazer patrulhas no entorno

A PM (Polícia Militar) reconhece os problemas de Segurança do Jardim Irajá e diz que as operações na área são constantes. “Há registros no bairro e estamos dando atenção aos casos. Vamos manter nossas operações, mas, por questões estratégicas, não posso detalhar em quais locais elas serão feitas”, afirma o tenente-coronel Luiz Antonio Dantas Valente, comandante do 6º Batalhão da PM, que compreende a área do bairro.

Valente ressaltou ainda a importância de a população em registrar os boletins de ocorrências. “Muitas vezes, as pessoas não registram na totalidade o que acontece, então, é importante que elas façam o documento e também compareçam às reuniões do Conseg (Conselho de Segurança), para que passem suas necessidades e possamos trabalhar em cima dessas estatísticas criminais.” 




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