Economia Titulo Estagnação
Cresce o endividamento das pequenas empresas

Pesquisa mostra que fabricantes também estão menos dispostas a fazer contratações

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
31/05/2014 | 07:05
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Responsáveis por parcela significativa dos empregos no setor industrial do País, as micro e pequenas fabricantes estão cada vez mais endividadas e menos dispostas a contratar neste ano, aponta pesquisa do Simpi (Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias no Estado de São Paulo).

De acordo com a entidade, 62% dos postos de trabalho na área fabril estão em pequenos ou microempreendimentos. “Quando param de admitir, isso é muito ruim para a economia”, diz o diretor institucional do Simpi, Rogério Grof.

O levantamento mostra que 83% das indústrias com esses portes não previam fazer contratações em maio. Boa parte delas (74%) também não planejava qualquer tipo de investimento em máquinas e equipamentos, reforma ou ampliação do espaço físico.

Os dados refletem o cenário econômico mais retraído e apontam que o ano será de estagnação para as micro e pequenas, avalia Grof. E a dificuldade de contratar e aportar recursos para crescer ou modernizar a área fábril têm, entre outros fatores, relação com o aumento do endividamento. Em abril, 43% apontavam que tinham dívidas, é mais do que os 42% em março e do que os 38% em fevereiro.

Ter dívidas, por si só, não seria problema, se as fabricantes desses portes não tivessem dificuldades para acessar linhas de crédito para pessoas jurídicas, que têm juros bem menores do que os da pessoa física. Pelo estudo, apenas 37% delas recorrem a financiamento voltado para o setor empresarial; 15% recorrem ao cheque especial e 10% têm de se valer de empréstimos pessoais nos bancos. Há ainda casos de empresários que fazem empréstimo de empresas (como as de factoring), buscam socorro de parentes e amigos, fazem uso de recurso próprio.

Como exemplo dos custos de algumas dessas operações, na média, a taxa mensal para crédito voltado a capital de giro para a área empresarial fica em 1,80%, enquanto o empréstimo pessoal nas instituições bancárias é quase o dobro (3,50%) e o cheque especial gira em 8,18% ao mês, segundo dados da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). 




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