MobiBrasil teve de recorrer à polícia e à Justiça
para colocar parte dos coletivos na rua ontem
A greve dos motoristas e cobradores de ônibus da Viação MobiBrasil foi suspensa no início da tarde de ontem. Com isso, as 32 linhas municipais e intermunicipais operadas pela empresa – que circulam em Diadema, São Bernardo e na Capital – voltam a operar normalmente a partir de hoje. Cerca de 90 mil passageiros são transportados diariamente pela viação.
A paralisação dos cerca de 800 funcionários da empresa, com sede na Capital, divisa com Diadema, foi iniciada na madrugada de quinta-feira. Os profissionais pedem equiparação salarial com os motoristas e cobradores do Grande ABC. Enquanto prestadores de serviço da MobiBrasil recebem R$ 1.850, os da região têm vencimento médio de R$ 2.500. Outra reivindicação é a presença de cobradores em todos os coletivos, tendo em vista que 70% dos motoristas exercem dupla função.
As negociações para o retorno ao trabalho começaram na madrugada de ontem, em reunião entre comissão formada pelos funcionários e representantes da empresa. Houve impasse entre grupo de profissionais que queria voltar ao trabalho e outro que tentou impedir a saída dos coletivos.
A situação só foi resolvida por volta das 14h, quando a MobiBrasil obteve na Justiça do Trabalho liminar para que os manifestantes desobstruíssem o portão de saída da garagem, sob pena de multa diária ao Sindicato dos Rodoviários de São Paulo. A empresa precisou contar com ajuda de reforço policial para colocar 30% da frota nas ruas.
Após mais uma reunião, realizada na tarde de ontem, ficou acertado entre a comissão de trabalhadores e a direção da MobiBrasil a realização de outro encontro na terça-feira, às 15h, para discutir o reajuste salarial. Até lá, todos os motoristas e cobradores se comprometeram a voltar ao trabalho.
A viação diz ter sido pega de supresa com a paralisação, já que fechou acordo de dissídio de 8% e aumento de 11% no vale-transporte e plano de saúde integral para os funcionários no dia 16 com o sindicato da categoria.
REFLEXO
Apesar de ter conhecimento sobre a greve, a população voltou a enfrentar dificuldade para se deslocar de casa para o trabalho na manhã de ontem. No Terminal de Diadema, no Centro, a principal reclamação era sobre a lotação dos coletivos, após longa espera.
A alternativa encontrada por muitos moradores de Diadema para não chegar atrasado no emprego foi sair mais cedo de casa. Exemplo é a vendedora Juliana Aparecida Peixoto, 20 anos. “Tive que sair uma hora antes de casa e peguei um ônibus a mais para conseguir chegar no Terminal Piraporinha”, diz.
Na tentativa de minimizar os transtornos, a Viação Benfica, responsável pela operação de 26 linhas municipais em Diadema, aumentou sua frota em 37 ônibus. Quanto ao transporte intermunicipal, a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) determinou que a Viação Riacho Grande reforçasse sua frota.
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