Setecidades Titulo Síndrome rara
Expectativa agora é pela ‘pega’ da medula

João Pedro é submetido a transplante e família está esperançosa por plena recuperação

Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
29/03/2014 | 07:03
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Marina Brandão/DGABC


Depois de duas horas de transplante, o menino João Pedro Klem Lorenzoni Silva, 1 ano e 8 meses, recebeu a medula óssea doada por norte-americano 100% compatível, ontem, no Hospital Sírio-Libanês, na Capital. Agora, a expectativa é pela ‘pega’, ou seja, o momento em que a nova medula passa a produzir células sanguíneas livres da síndrome de Wiskott-Aldrich, o que deve levar cerca de 15 dias.

De acordo com a mãe do menino, a professora Luciana Lorenzoni, 32, João Pedro respondeu bem ao procedimento. “Ele ficou quietinho o tempo todo e, quando acabou, já estava pulando e esbanjando energia pelo quarto”, comemora.

Antes da realização do transplante, familiares de João Pedro se reuniram em corrente de orações no hospital. Todos vestiam camisa com mensagem de apoio ao pequeno guerreiro de São Bernardo. O pai do menino, o operador de máquinas Jeferson Aparecido Silva, 39, estava bastante esperançoso. “Ele reagiu muito bem à quimioterapia. Sabemos que agora, no pós-transplante, pode haver complicações, mas ele é forte e vai superar tudo isso.”

A avó materna de João Pedro, a funcionária pública Marion Lorenzoni, 55, emocionou-se ao ver vídeo enviado pela filha Luciana Lorenzoni, 32. Nele, João Pedro, seu primeiro neto, manda beijos e diz que está com saudades. “Ontem (quinta-feira) foi muito sofrido porque fiquei com medo de, na última hora, o doador desistir, como vi em notícias nos últimos dias. Só tive certeza quando milha filha ligou para confirmar o procedimento”, diz, às lágrimas.

Para a avó paterna do garotinho, a dona de casa Ieda da Cruz, 61, hoje o coração está mais tranquilo. “Já deu tudo certo. Meu sentimento de avó diz isso, e não falha, pois somos mães duas vezes.”

Irmã de Silva, a auxiliar administrativa Kelly Apolinário, 35, e o marido, o gerente Valdir Alves Apolinário, 40, fizeram questão de acompanhar a família nos momentos que antecederam a transfusão que transferiu a medula para a corrente sanguínea de João Pedro. “A parte mais difícil era achar um doador 100% compatível e, graças a Deus, isso foi superado”, diz

Kelly, que relembra que a campanha realizada em São Bernardo em nome do menino, em agosto do ano passado, garantiu 300 potenciais doadores ao Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea). “Essa campanha representa uma chance para muitos pacientes que dependem do transplante”, afirma.

DOAÇÕES

João Pedro já encontrou o seu doador, mas há hoje no País 1.241 pessoas à espera de uma medula compatível. O local para se cadastrar é a Santa Casa de Misericórdia (Rua Marques de Itu, 579 – Vila Buarque – São Paulo). Para doar, é necessário ter entre 18 e 55 anos, boa saúde e não ter hepatite, câncer ou ser portador do HIV (vírus da Aids). Será retirada pela veia a quantidade de sangue de 5 ml e preenchida ficha com informações pessoais. Os dados serão cruzados com os dos pacientes que precisam de transplante. Caso seja compatível com algum receptor, o doador será procurado e outros exames serão necessários.




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